Sabin Por: Sabin
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Para inaugurar o curso on-line “Medicina Diagnóstica: Interação Clínico-Laboratorial”, realizado pelo Grupo Sabin com o objetivo de orientar estudantes dos últimos períodos de medicina e médicos residentes quanto à solicitação adequada de exames, o infectologista Dr. Alexandre Cunha apresenta o tema “O laboratório de microbiologia: como utilizá-lo na prática médica”.

Nesta aula, o médico ressalta a importância de o aluno ter conhecimento sobre o conceito de microbiologia para a boa interpretação de exames laboratoriais e posteriores conduções clínicas. Assim, ele faz uma apresentação inicial sobre o tema para, em seguida, partir para as práticas médicas. A aula completa pode ser conferida no vídeo abaixo!

O papel da microbiologia na aplicação clínica

Para iniciar a aula, Dr. Alexandre destaca uma das funções do médico dentro da área de microbiologia, que diz respeito à prescrição correta de antibióticos. Um dos erros mais comuns no dia a dia clínico é associar diretamente uma síndrome a determinado antibiótico, por exemplo, sem a realização de uma análise mais acurada. Ele enfatiza a importância de, primeiramente, identificar o agente causador, quais os patógenos envolvidos e qual antibiótico tem a capacidade de cobrir esses patógenos.

Entender o que é a microbiologia facilita muito o trabalho do médico na escolha do antibiótico. Um dos conceitos tratados na aula é que a simples presença de um microrganismo não indica necessariamente uma infecção. Para fazer essa avaliação, o laboratório de microbiologia exerce papel fundamental, pois ajuda a mostrar qual o tipo de microrganismo e, com isso, definir os próximos passos clínicos.

Para uma melhor explanação sobre a escolha de antibióticos, o infectologista faz uma revisão sobre os principais tipos de bactérias e fungos presentes na rotina médica. Dentre as bactérias, destacam-se os patógenos gram-positivos (Staphylococcus, Streptococcus e Enterococcus) e os gram-negativos (Enterobactérias, Não Fermentadoras, Neisseria e Haemophilus). “Se você souber o nome de umas dez a quinze bactérias, você é um excelente microbiologista clínico”, avalia. Já entre os fungos estudados, destacam-se os leveduriformes e os filamentosos.

Como escolher o melhor tratamento para uma infecção

Para traçar o melhor caminho terapêutico, é preciso entender para que serve a cultura de materiais (urina, sangue, fezes, entre outros). Dr. Alexandre explica que, ao fazer uma correlação clínico-laboratorial da cultura colhida do paciente, é possível chegar a um diagnóstico diferencial, capaz de determinar se o quadro é de inflamação, colonização ou infecção. É isso que vai orientar a tomada de decisão do médico, ou seja, a prescrição ou a suspensão do antimicrobiano.

Ele segue explicando sobre os diferentes tipos de cultura, como urinocultura e hemocultura, e dá dicas sobre o uso dos materiais para a realização das coletas, além de relatar sobre alguns dos mitos mais comuns nessa área. Os alunos têm, ainda, a oportunidade de assistir a exemplos reais citados pelo médico sobre o que devem ou não fazer. 

Como fazer a leitura correta do antibiograma

A leitura é feita a partir da coleta de cultura no laboratório. Na amostra do material colhido, são desenvolvidas colônias, onde é possível identificar o tipo de bactéria, por meio do Teste de Sensibilidade (ou antibiograma).

Existem alguns meios de identificação de bactérias. Para melhor compreensão, o professor mostra desde os métodos mais antigos — já em desuso — até as tecnologias mais avançadas existentes atualmente.

Segundo o médico, as condições para a realização do Teste de Sensibilidade dependem diretamente do ponto de corte. Na aula, ele define o que exatamente é esse ponto e o que pode caracterizar a resistência ou a sensibilidade de uma bactéria, por exemplo. Para isso, fala da existência do BrCAST, comitê brasileiro responsável por padronizar esses pontos de corte, e explica como funcionam as metodologias.

O ponto de destaque da aula é que ele faz a relação entre bactérias e suas resistências a determinados antibióticos, um dos critérios essenciais para a interpretação do antibiograma. Aqui, cabe ressaltar que a função do laboratório de microbiologia não é apenas emitir o laudo. Dessa forma, Dr. Alexandre convida o aluno a interpretar alguns exemplos de antibiogramas, a fim de identificar possíveis erros, mostrando como as informações clínicas presentes no laudo podem direcionar a conduta do médico.

Com a avaliação dos antibiogramas apresentados, fica claro que o resultado e a boa interpretação garantem que o paciente receba o tratamento mais eficaz para sua infecção.

Gostou do conteúdo? Compartilhe com seus colegas médicos. E não deixe de acompanhar as outras aulas do curso de Medicina Diagnóstica do Sabin! Confira os temas:

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O laboratório de microbiologia. Como utilizá-lo na prática médica; Para inaugurar o curso on-line “Medicina Diagnóstica: Interação Clínico-Laboratorial”, realizado pelo Grupo Sabin com o objetivo de orientar estudantes dos últimos períodos de medicina e médicos residentes quanto à solicitação adequada de exames, o infectologista Dr. Alexandre Cunha apresenta o tema “O laboratório de microbiologia: como utilizá-lo na prática médica”. Nesta aula, o médico ressalta a importância de o aluno ter conhecimento sobre o conceito de microbiologia para a boa interpretação de exames laboratoriais e posteriores conduções clínicas. Assim, ele faz uma apresentação inicial sobre o tema para, em seguida, partir para as práticas médicas. A aula completa pode ser conferida no vídeo abaixo! https://youtu.be/t78gpM6WGNE O papel da microbiologia na aplicação clínica Para iniciar a aula, Dr. Alexandre destaca uma das funções do médico dentro da área de microbiologia, que diz respeito à prescrição correta de antibióticos. Um dos erros mais comuns no dia a dia clínico é associar diretamente uma síndrome a determinado antibiótico, por exemplo, sem a realização de uma análise mais acurada. Ele enfatiza a importância de, primeiramente, identificar o agente causador, quais os patógenos envolvidos e qual antibiótico tem a capacidade de cobrir esses patógenos. Entender o que é a microbiologia facilita muito o trabalho do médico na escolha do antibiótico. Um dos conceitos tratados na aula é que a simples presença de um microrganismo não indica necessariamente uma infecção. Para fazer essa avaliação, o laboratório de microbiologia exerce papel fundamental, pois ajuda a mostrar qual o tipo de microrganismo e, com isso, definir os próximos passos clínicos. Para uma melhor explanação sobre a escolha de antibióticos, o infectologista faz uma revisão sobre os principais tipos de bactérias e fungos presentes na rotina médica. Dentre as bactérias, destacam-se os patógenos gram-positivos (Staphylococcus, Streptococcus e Enterococcus) e os gram-negativos (Enterobactérias, Não Fermentadoras, Neisseria e Haemophilus). “Se você souber o nome de umas dez a quinze bactérias, você é um excelente microbiologista clínico”, avalia. Já entre os fungos estudados, destacam-se os leveduriformes e os filamentosos. Como escolher o melhor tratamento para uma infecção Para traçar o melhor caminho terapêutico, é preciso entender para que serve a cultura de materiais (urina, sangue, fezes, entre outros). Dr. Alexandre explica que, ao fazer uma correlação clínico-laboratorial da cultura colhida do paciente, é possível chegar a um diagnóstico diferencial, capaz de determinar se o quadro é de inflamação, colonização ou infecção. É isso que vai orientar a tomada de decisão do médico, ou seja, a prescrição ou a suspensão do antimicrobiano. Ele segue explicando sobre os diferentes tipos de cultura, como urinocultura e hemocultura, e dá dicas sobre o uso dos materiais para a realização das coletas, além de relatar sobre alguns dos mitos mais comuns nessa área. Os alunos têm, ainda, a oportunidade de assistir a exemplos reais citados pelo médico sobre o que devem ou não fazer.  Como fazer a leitura correta do antibiograma A leitura é feita a partir da coleta de cultura no laboratório. Na amostra do material colhido, são desenvolvidas colônias, onde é possível identificar o tipo de bactéria, por meio do Teste de Sensibilidade (ou antibiograma). Existem alguns meios de identificação de bactérias. Para melhor compreensão, o professor mostra desde os métodos mais antigos — já em desuso — até as tecnologias mais avançadas existentes atualmente. Segundo o médico, as condições para a realização do Teste de Sensibilidade dependem diretamente do ponto de corte. Na aula, ele define o que exatamente é esse ponto e o que pode caracterizar a resistência ou a sensibilidade de uma bactéria, por exemplo. Para isso, fala da existência do BrCAST, comitê brasileiro responsável por padronizar esses pontos de corte, e explica como funcionam as metodologias. O ponto de destaque da aula é que ele faz a relação entre bactérias e suas resistências a determinados antibióticos, um dos critérios essenciais para a interpretação do antibiograma. Aqui, cabe ressaltar que a função do laboratório de microbiologia não é apenas emitir o laudo. Dessa forma, Dr. Alexandre convida o aluno a interpretar alguns exemplos de antibiogramas, a fim de identificar possíveis erros, mostrando como as informações clínicas presentes no laudo podem direcionar a conduta do médico. Com a avaliação dos antibiogramas apresentados, fica claro que o resultado e a boa interpretação garantem que o paciente receba o tratamento mais eficaz para sua infecção. Gostou do conteúdo? Compartilhe com seus colegas médicos. E não deixe de acompanhar as outras aulas do curso de Medicina Diagnóstica do Sabin! Confira os temas: Tirando o máximo proveito das sorologiasDra. Luciana CamposInvestigação das linfonodomegaliasDra. Maura ColturatoInvestigação laboratorial de anemiaDra. Maria do Carmo FavarinO laboratório de imuno-hematologia na prática clínicaDra. Ana Teresa NeriMarcadores tumorais. O screening deve ser solicitado?Dr. Alex GaloroEndocrinopatias após Covid-19. Quando suspeitar e como investigar?Dra. 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