Saúde Archives | Blog Sabin https://blog-staging.cloudsabin.com/categoria/saude/ Conhecimento aliado ao bem-estar Wed, 13 Sep 2023 18:54:19 +0000 pt-BR hourly 1 https://blog-staging.cloudsabin.com/wp-content/uploads/2021/03/favicons.png Saúde Archives | Blog Sabin https://blog-staging.cloudsabin.com/categoria/saude/ 32 32 Câncer de pele: saiba mais sobre a doença e seus principais sintomas https://blog-staging.cloudsabin.com/saude/saiba-mais-sobre-o-cancer-de-pele/ https://blog-staging.cloudsabin.com/saude/saiba-mais-sobre-o-cancer-de-pele/#respond Mon, 07 Aug 2023 13:26:27 +0000 https://blog.sabin.com.br/?p=3062 O câncer de pele é um problema de saúde global cuja incidência tem aumentado gradualmente, afetando milhões de pessoas todos os anos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2020, foram registrados cerca de um milhão e meio de diagnósticos de câncer de pele, sendo 325 mil casos de melanoma, o tipo mais grave […]

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O câncer de pele é um problema de saúde global cuja incidência tem aumentado gradualmente, afetando milhões de pessoas todos os anos.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2020, foram registrados cerca de um milhão e meio de diagnósticos de câncer de pele, sendo 325 mil casos de melanoma, o tipo mais grave da doença. De fato, estudos indicam que a incidência de melanoma tem crescido mais rapidamente do que qualquer outro tipo de câncer nos últimos 30 anos.

No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) também aponta o câncer de pele como o mais frequente no país, correspondendo a aproximadamente 30% de todos os tumores malignos. O INCA estima uma média de 180 mil novos casos de câncer de pele não melanoma a cada ano no país, além de mais de oito mil casos de melanoma.

Esses dados demonstram a gravidade do câncer de pele para a saúde da população e destacam a necessidade de medidas preventivas e diagnóstico precoce. A conscientização sobre os fatores de risco e a importância da proteção à exposição solar são fundamentais para reduzir a incidência dessa grave doença.

Neste conteúdo, abordaremos informações fundamentais para você entender o que é o câncer de pele, quais os seus tipos, causas e sintomas, formas de diagnóstico e como se prevenir.

O que é o câncer de pele?

O câncer de pele é uma doença que surge a partir de mutações no DNA das células da pele, fazendo com que as mesmas cresçam e se multipliquem de forma desordenada e exagerada, culminando em perda de função e formação de um tumor maligno.

Quais os tipos de câncer de pele?

Existem dois tipos principais de câncer de pele: o câncer não melanoma e o câncer melanoma.

O câncer do tipo não melanoma é o tumor de pele mais frequente na população, possui menor gravidade e grande percentual de cura. Porém, se não tratado adequadamente, pode deixar sequelas significativas na região afetada. Ainda pode ser dividido em dois subtipos mais comuns: o carcinoma basocelular e o carcinoma espinocelular

O carcinoma basocelular é o mais comum entre todos os tipos de câncer de pele e surge em células que se encontram na camada mais profunda da epiderme. O carcinoma espinocelular é o segundo mais prevalente e possui origem em células escamosas constituintes das camadas superiores da pele. Ambos os subtipos geralmente manifestam-se em regiões do corpo expostas ao sol, como face, orelhas, pescoço, couro cabeludo, ombros e costas.

Já o câncer do tipo melanoma é o menos frequente dentre todos, mas o que possui o pior prognóstico e o mais alto índice de mortalidade se diagnosticado tardiamente. É considerado o mais grave devido à sua alta capacidade de gerar metástases, ou seja, de se espalhar para outros órgãos e tecidos.

O melanoma possui origem nos melanócitos, as células que produzem a substância melanina que determina a cor da pele. Pode surgir em qualquer parte do corpo, sob a forma de manchas, pintas ou sinais. Embora o diagnóstico de melanoma possa assustar e trazer apreensão aos pacientes, é importante destacar que as chances de cura são grandes quando detectado precocemente.

Quais os sintomas de câncer de pele?

O principal sintoma do câncer de pele é o surgimento de manchas e pintas ou lesões que não cicatrizam, as quais podem se assemelhar a outras lesões benignas. Podem se apresentar com diferentes formatos e colorações, a depender do tipo de câncer, conforme apresentaremos a seguir.

Carcinoma basocelular

Em geral, surge como uma lesão elevada (pápula) de cor vermelha, brilhosa e com uma crosta central que pode sangrar com certa facilidade. Pode se apresentar também como uma lesão plana de cor vermelha ou marrom, semelhante a uma cicatriz.

Carcinoma espinocelular

Possui cor avermelhada e aparência semelhante a um machucado descamativo que não cicatriza e sangra, ou pode surgir com aspecto similar a uma verruga de cor vermelha (nódulo firme).

Melanoma

Tem aparência de uma pinta ou de um sinal na pele em tons acastanhados ou escuros, que, na maioria das vezes, pode mudar de cor, formato ou tamanho. Pode se apresentar como uma pequena lesão com uma borda irregular e porções que aparecem em diferentes cores (vermelho, rosa, branco, azul ou azul-escuro). São relatados também alguns casos de sensação dolorosa acompanhada de coceira ou queimação na região afetada. 

Essas lesões podem surgir em diferentes partes do corpo, na pele íntegra ou em uma verruga existente. Em homens, o melanoma surge com mais frequência no rosto e tronco, enquanto que em mulheres a parte inferior das pernas é a mais afetada. A exposição solar é um dos fatores determinantes, mas não exclusivo, visto que o melanoma pode surgir também em áreas da pele que não são normalmente expostas ao sol.

Lesões escuras nas palmas das mãos, plantas dos pés, pontas dos dedos ou mucosas que revestem a boca, nariz, vagina ou ânus também podem ser indicativas de melanoma.

Quais as principais causas do câncer de pele?

Um dos principais fatores que aumentam as chances de desenvolvimento do câncer de pele é a exposição solar excessiva. A luz do sol é composta de raios ultravioleta (UV) que podem ser danosos ao DNA das células da pele se a exposição for prolongada e sem proteção. Pessoas de pele clara, albinas, de olhos claros ou que se queimam com facilidade são mais propensas a desenvolver a doença, em especial o melanoma.

O câncer não melanoma é mais frequente em pessoas com mais de 40 anos e menos comum em crianças e pessoas de pele preta. No entanto, de acordo com estudos epidemiológicos, a exposição solar excessiva durante a infância e adolescência pode ajudar a aumentar a incidência de câncer de pele em pacientes cada vez mais jovens, o que destaca novamente a grande importância das medidas preventivas.

Os fatores genéticos e o histórico familiar também são elementos que podem ter uma grande influência no desenvolvimento da doença, principalmente do melanoma. Por isso, quem possuir familiares de primeiro grau diagnosticados com melanoma deve realizar exames preventivos regularmente. A presença de mutações genéticas também está relacionada ao desenvolvimento da doença, especialmente em genes como BRAF e NRAS.

Outro fator que vale mencionar é a exposição às câmaras de bronzeamento artificial. Há um vasto conjunto de evidências científicas que demonstram os potenciais prejuízos do uso desse tipo de equipamento para a pele. Atualmente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proíbe a utilização desses equipamentos no Brasil.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é feito pelo dermatologista, com base na avaliação clínica das manchas e lesões, assim como no histórico do paciente. Nesse tipo de exame, o médico irá avaliar uma série de características da lesão suspeita, de acordo com a Regra do ABCDE:

  • Assimetria: lesões ou manchas assimétricas podem indicar malignidade, enquanto as simétricas são benignas;
  • Bordas: a presença de bordas irregulares também pode indicar malignidade, enquanto as de bordas regulares são benignas;
  • Cor: manchas com mais de uma cor podem ser malignas. As de tons únicos são benignas;
  • Dimensão: lesões com tamanho superior a 6 milímetros indicam provável malignidade. As menores de 6 milímetros tendem a ser benignas;
  • Evolução: se a mancha ou lesão crescer e mudar de cor, há indício de malignidade.

A Regra do ABCDE é útil para realizar a triagem de manchas ou lesões suspeitas e pode ser feita em casa pelo próprio paciente (autoexame). Entretanto, é fundamental esclarecer que somente um profissional capacitado saberá identificar as lesões e classificá-las como potencial câncer ou não. Diante disso, se você notar o surgimento de manchas ou lesões características, procure auxílio médico para uma avaliação mais detalhada.

Exames complementares são necessários para chegar ao diagnóstico final. Usualmente, é recomendada a realização de biópsia para análise anatomopatológica. Somente assim será definido se a lesão ou mancha é câncer. 

Caso seja confirmado o diagnóstico e dependendo do tipo e estágio da doença, exames moleculares também podem ser realizados para detecção de mutações genéticas. A identificação de mutações em genes, como o BRAF, é importante no diagnóstico do melanoma, pois ajuda a nortear os especialistas quanto ao prognóstico do paciente e também quanto à escolha do tratamento mais eficaz.

O câncer de pele tem cura?

Sim, existe cura, principalmente se o diagnóstico for precoce. 

O câncer do tipo não melanoma, via de regra, tem tratamento simples e com bons resultados. O tipo de terapia a ser utilizada dependerá da extensão e gravidade do câncer, podendo ser utilizados procedimentos cirúrgicos para a retirada do tumor em casos dos carcinomas basocelular e espinocelular.

Para o melanoma, o tratamento varia conforme a extensão, agressividade (possibilidade de metástase) e localização do tumor, bem como a idade e o estado geral de saúde do paciente. Além da cirurgia para a retirada do tumor, pode ser necessária a utilização de radioterapia e quimioterapia.

Se houver a confirmação de metástase, existem medicamentos imunoterápicos que apresentam boas taxas de sucesso terapêutico. O principal objetivo, em casos avançados de melanoma, é frear a evolução da doença e aumentar a sobrevida do paciente.

Importância da detecção precoce

Assim como em qualquer outro tipo de câncer, a detecção precoce é primordial para obter bons resultados no tratamento do câncer de pele e evitar o agravamento do quadro. Quando não tratado corretamente, o câncer de pele não melanoma pode avançar e provocar lesões mutilantes ou desfigurantes em áreas expostas do corpo, causando sofrimento aos pacientes.

No caso do melanoma, a situação é ainda mais delicada devido à agressividade da doença. Se não for identificado e tratado de forma rápida, a doença pode evoluir e desencadear metástases em outros órgãos, dificultando o tratamento e piorando o prognóstico do paciente.

Recentemente, especialistas na área sugeriram aperfeiçoar os métodos de rastreio do melanoma a partir de abordagens estratificadas por risco. Segundo a proposta, é recomendado que pessoas de baixo risco para o câncer sejam rastreadas por um médico de atendimento primário ou por meio de exames regulares feitos em casa pela própria pessoa (autoexame baseado na Regra ABCDE).

Pessoas de risco moderado podem ser avaliadas previamente por um médico do atendimento primário ou por um dermatologista generalista. Já pessoas de risco alto para o melanoma devem ser rastreadas por um médico dermatologista generalista ou por um profissional especialista em lesões pigmentadas.

Ainda de acordo com os novos critérios, pessoas que apresentam grave comprometimento cutâneo causado pelo sol, ou imunodeprimidas, ou que possuam histórico de câncer de pele devem ser enquadradas como de alto risco.

Como se prevenir do câncer de pele?

A principal maneira de prevenção contra o câncer de pele é se proteger da exposição solar. A radiação ultravioleta é composta por dois diferentes tipos de raio: UVA e UVB. Os raios UVB atingem camadas mais superficiais da pele e são os responsáveis pelas queimaduras. Os raios UVA atingem camadas mais profundas e não queimam.

Os raios UVA são constantes ao longo do dia, enquanto os UVB aumentam sua intensidade no período das 10 às 16 horas. Como os raios UVA não queimam, acabam se tornando mais perigosos pelo seu potencial cancerígeno, além de acelerar o processo de envelhecimento da pele.

Portanto, para se proteger é essencial a utilização de filtros solares que ofereçam proteção para ambos os raios (UVA e UVB), com fator acima de 30, mesmo durante os dias nublados. Evite a exposição solar durante os horários de pico de intensidade e reaplique o protetor a cada 3 horas, conforme a atividade realizada. É recomendável também o uso de acessórios de proteção, como chapéus, óculos de sol e guarda-sóis.

Esteja atento aos sinais que seu corpo fornece. Ao detectar o surgimento de manchas suspeitas ou lesões que não cicatrizam, procure um dermatologista para uma avaliação mais criteriosa. Tomando esses cuidados, você garantirá a saúde e a beleza da sua pele.

Agora que você já sabe o que é o câncer de pele e quais os seus principais sintomas, sugerimos a leitura do conteúdo sobre os tipos mais comuns de câncer, para que você se mantenha sempre bem informado e atualizado.

Referências:

Davis LE, Shalin SC, Tackett AJ. Current state of melanoma diagnosis and treatment. Cancer Biol Ther. 2019;20(11):1366-1379. doi: 10.1080/15384047.2019.1640032

Mayo. Skin Cancer. Disponível em: https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/skin-cancer/symptoms-causes/syc-20377605 Acesso em: 27/04/2023

Medscape. Tema mais buscado: detecção precoce do melanoma. Disponível em: https://portugues.medscape.com/verartigo/6509342 Acesso em: 27/04/2023

Ministério da Saúde. Câncer de pele. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/c/cancer-de-pele Acesso em: 27/04/2023

Ossio, R., Roldán-Marín, R., Martínez-Said, H. et al. Melanoma: a global perspective. Nat Rev Cancer 17, 393–394 (2017). https://doi.org/10.1038/nrc.2017.43

SBD. Câncer de pele. Disponível em: https://www.sbd.org.br/doencas/cancer-da-pele/ Acesso em: 27/04/2023

Souto EB, da Ana R, Vieira V, Fangueiro JF, Dias-Ferreira J, Cano A, Zielińska A, Silva AM, Staszewski R, Karczewski J. Non-melanoma skin cancers: physio-pathology and role of lipid delivery systems in new chemotherapeutic treatments. Neoplasia. 2022 Aug;30:100810. doi: 10.1016/j.neo.2022.100810

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Quais são os sinais da puberdade precoce em meninas e meninos? https://blog-staging.cloudsabin.com/saude/quais-os-sinais-da-puberdade-precoce/ https://blog-staging.cloudsabin.com/saude/quais-os-sinais-da-puberdade-precoce/#respond Fri, 04 Aug 2023 12:30:55 +0000 https://blog.sabin.com.br/?p=3055 A puberdade é uma fase muito importante na vida de crianças e adolescentes, quando o corpo passa por diversas transformações para se preparar para a vida adulta. Essas mudanças podem começar em diferentes idades, geralmente por volta dos oito a 13 anos para meninas e nove a 14 anos para meninos. Dentre as principais modificações, […]

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A puberdade é uma fase muito importante na vida de crianças e adolescentes, quando o corpo passa por diversas transformações para se preparar para a vida adulta.

Essas mudanças podem começar em diferentes idades, geralmente por volta dos oito a 13 anos para meninas e nove a 14 anos para meninos. Dentre as principais modificações, destacam-se o crescimento corporal e de pelos pubianos, desenvolvimento das mamas e ocorrência da primeira menstruação em meninas, mudanças na voz, desenvolvimento de órgãos genitais, entre outras.

Mas, em alguns casos, esse amadurecimento corporal pode ocorrer antes da idade adequada. No final de 2022, ganhou destaque nas mídias digitais o caso de um bebê australiano de nove meses que havia menstruado. Apesar de causar certo espanto, há uma explicação científica para o fato, a chamada puberdade precoce.

Neste conteúdo, iremos explicar, em maiores detalhes, o que é a puberdade precoce e como identificar seus sinais em meninas e meninos.

O que é a puberdade precoce?

A puberdade precoce é definida como o início do desenvolvimento sexual antes do limite inferior de idade considerado para cada gênero (antes dos oito anos para as meninas e nove anos para os meninos). Ou seja, o corpo da criança começa a se transformar para a fase adulta mais cedo do que o esperado.

Há um crescente número de casos de puberdade precoce no mundo, incluindo situações extremas como o caso da bebê australiana. Estudos epidemiológicos mostram prevalência em torno de 0,2 a 2% da condição, com maior predominância em meninas.

É importante destacar que, além de antecipar a maturação sexual, a puberdade precoce pode acarretar prejuízos à saúde. As crianças podem apresentar crescimento acelerado inicialmente, porém, como seus ossos acabam amadurecendo mais rápido, elas param de crescer mais cedo do que o normal, resultando em uma estatura abaixo da média na fase adulta.

A puberdade precoce também pode gerar um maior risco de desenvolvimento de outras doenças, como obesidade, hipertensão, diabetes, entre outras disfunções metabólicas. Como a criança experimenta mudanças drásticas no seu corpo antes de seus colegas e amigos, essa condição pode gerar transtornos psicológicos e comportamentais, aumentando os riscos de depressão e ansiedade.

Felizmente, existe tratamento para a puberdade precoce, por meio de medicamentos que ajudam a retardar o desenvolvimento sexual, minimizando, assim, os efeitos na saúde física e emocional da criança.

Quais os tipos de puberdade precoce?

Existem dois tipos de puberdade precoce: a central e a periférica

Considerada a mais frequente, a central é decorrente de alterações no sistema nervoso central, que ativam antecipadamente o eixo hipotálamo-hipófise-gônadas, estimulando a liberação precoce de hormônios relacionados à função sexual. Esses hormônios atuam amadurecendo os ovários ou testículos, que passam a secretar outros hormônios sexuais, como o estrogênio ou a testosterona, desencadeando a puberdade e as mudanças corporais.

A puberdade precoce periférica é muito menos comum e não está relacionada à ação do eixo hipotálamo-hipófise-gônadas. Nesse caso, ocorre uma elevação nas concentrações de hormônios andrógenos ou de estrogênios, que podem ser produzidos por um tumor ou devido a outra alteração nos ovários, testículos ou glândulas suprarrenais.

É importante ressaltar que o tipo periférico não causa, propriamente, o amadurecimento dos testículos ou dos ovários, mas desencadeia o desenvolvimento das características sexuais secundárias.

Quais os sinais da puberdade precoce?

Para identificar a ocorrência da puberdade precoce na criança, é importante estar atento ao surgimento de mudanças corporais características antes dos oito anos. Os principais sinais observados são:

  • crescimento das mamas e primeira menstruação; 
  • aumento dos testículos e pênis;
  • surgimento de pelos pubianos, nas axilas e na face; 
  • mudanças na voz;
  • crescimento acelerado;
  • aumento de intensidade no odor corporal, principalmente nas axilas;
  • surgimento de acne.

Deve ficar claro que nem toda criança com puberdade precoce apresenta uma ampla variedade de sinais. Alguns podem ser de difícil identificação pelos pais, como o aumento testicular em meninos. Portanto, é fundamental realizar acompanhamento pediátrico regular e, caso necessário, consultar um endocrinologista para uma avaliação mais aprofundada.

Quais as causas da puberdade precoce?

Existem alguns fatores que podem influenciar o desenvolvimento da puberdade precoce, no entanto, a maioria dos casos é considerada idiopática (de origem desconhecida). 

Fatores genéticos, psicológicos e ambientais, como condições socioeconômicas, estado de saúde e nutrição, além da exposição a desreguladores endócrinos, também são influenciadores para a condição. Sabe-se, também, que crianças com familiares com puberdade precoce correm maior risco de desenvolver o distúrbio.

Em casos mais raros, a puberdade precoce central pode estar relacionada à presença de tumores e lesões no cérebro. Já o tipo periférico pode ser causado por tumores e hiperplasia das glândulas suprarrenais ou cistos e tumores ovarianos ou testiculares. A puberdade precoce periférica também pode estar relacionada à síndrome de McCune-Albright — doença genética rara dos ossos e pele que pode causar problemas hormonais e aumento de função das gônadas.

A exposição da criança a fontes externas de estrogênio ou testosterona, como cremes ou pomadas, geralmente utilizados pelos pais, também pode ser um fator desencadeador.

Outros fatores devem ser considerados, como a obesidade, uma vez que crianças obesas apresentam uma maior chance de desenvolver o distúrbio. Tratamentos que envolvem a utilização de radioterapia para tumores localizados no sistema nervoso central, leucemia ou outras condições também podem aumentar os riscos.

Como realizar o diagnóstico?

O diagnóstico da puberdade precoce considera os sinais clínicos apresentados pela criança, os quais deverão ser avaliados pelo médico. Exames complementares poderão ser solicitados, como radiografias da mão e do punho, exames de sangue e exames de imagem de outros órgãos.

As radiografias são importantes para avaliar a maturidade óssea (também conhecida como radiografia de idade óssea). Na presença de indícios de idade óssea mais avançada do que deveria, a criança deverá ser encaminhada para uma avaliação mais completa.

Exames de sangue poderão ajudar a avaliar as dosagens de hormônios envolvidos com a maturidade sexual, como o FSH, LH, estradiol e testosterona. 

Caso a suspeita seja de puberdade precoce central, utiliza-se também a ressonância magnética do cérebro, a fim de verificar a existência de anormalidades, como a presença de lesões no hipotálamo ou na hipófise. 

Quanto à puberdade precoce periférica, os exames de escolha são a ultrassonografia da pelve e tomografia das glândulas suprarrenais, para averiguar a existência de lesões nos ovários, testículos e glândulas adrenais.

Existe tratamento para a puberdade precoce?

Sim, existe tratamento. Entretanto, a escolha da terapia deverá considerar as possíveis causas. O tratamento de uma causa identificável, como a remoção de um tumor ou cisto, poderá interromper a progressão da puberdade.

Por outro lado, quando não é possível definir a origem da puberdade precoce, medicamentos podem ser utilizados para retardar a sua progressão. A escolha desse tipo de terapia dependerá da idade, da velocidade de progressão e da curva de crescimento da criança.

O principal objetivo do tratamento é permitir que a criança se desenvolva naturalmente, sem apresentar problemas de saúde ou transtornos psicológicos e emocionais. As opções medicamentosas incluem a administração de substâncias sintéticas, que interrompem ou bloqueiam a produção dos hormônios sexuais.

Em casos cujos sinais se restringem ao crescimento prematuro de pelos pubianos ou nas axilas, por exemplo, pode não haver a necessidade de tratamento, apenas de acompanhamento médico periódico.

Além do tratamento, existem maneiras de prevenir a puberdade precoce, principalmente por meio de incentivos para a manutenção de hábitos de vida saudáveis. Uma alimentação adequada, em conjunto com a prática de exercícios físicos, evita o desenvolvimento da obesidade, um dos fatores predisponentes.

Mantenha sempre o acompanhamento médico de rotina do seu filho em dia. Assim, é possível identificar qualquer alteração ainda em estágios iniciais e iniciar o tratamento adequado. 

Agora que você já sabe o que é puberdade precoce, sugerimos a leitura do conteúdo sobre a importância da saúde sexual e reprodutiva entre os jovens.

Referências

Eugster EA. Update on Precocious Puberty in Girls. J Pediatr Adolesc Gynecol. 2019 Oct;32(5):455-459. doi: 10.1016/j.jpag.2019.05.011.

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Kota AS, Ejaz S. Puberdade Precoce. [Atualizado em 4 de julho de 2022]. In: StatPearls [Internet]. Ilha do Tesouro (FL): StatPearls Publishing; 2022 Jan-. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK544313/

Latronico, A. C., Brito, V. N., & Carel, J. C. (2016). Causes, diagnosis, and treatment of central precocious puberty. The lancet Diabetes & endocrinology, 4(3), 265-274.

Mendle J, Turkheimer E, Emery RE. Detrimental Psychological Outcomes Associated with Early Pubertal Timing in Adolescent Girls. Dev Rev. 2007 Jun;27(2):151-171. doi: 10.1016/j.dr.2006.11.001.SBP. Puberdade Precoce. Disponível em: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/Puberdade_Precoce.Leila.Ve4-1.pdf Acesso em: 08/03/2023

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Entenda o que é vitiligo e quais os sintomas https://blog-staging.cloudsabin.com/saude/entenda-o-que-e-vitiligo/ https://blog-staging.cloudsabin.com/saude/entenda-o-que-e-vitiligo/#respond Tue, 01 Aug 2023 17:59:07 +0000 https://blog.sabin.com.br/?p=3048 O vitiligo é uma doença caracterizada pela perda gradativa da pigmentação da pele e das mucosas, resultando em manchas brancas irregulares em diferentes partes do corpo. No Brasil, estima-se que cerca de um milhão de pessoas possuam a doença. Embora não influencie a saúde física do paciente e a alteração da cor da pele seja […]

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O vitiligo é uma doença caracterizada pela perda gradativa da pigmentação da pele e das mucosas, resultando em manchas brancas irregulares em diferentes partes do corpo. No Brasil, estima-se que cerca de um milhão de pessoas possuam a doença.

Embora não influencie a saúde física do paciente e a alteração da cor da pele seja considerada de natureza estética, a doença afeta negativamente a qualidade de vida dos pacientes. O vitiligo pode ter impactos significativos na saúde mental e emocional das pessoas afetadas, principalmente devido ao preconceito, gerando quadros de baixa autoestima, isolamento social e até mesmo ansiedade.

É importante ressaltar que o vitiligo não é contagioso. Infelizmente, a falta de informação ainda persiste, levando à estigmatização e dificuldades emocionais para aqueles que convivem com essa doença. Por isso, é essencial combater os estereótipos e disseminar conhecimento sobre o assunto.

Neste conteúdo, você encontrará informações sobre o que é o vitiligo, quais as principais causas e sintomas, como é feito o diagnóstico e se existe tratamento.

O que é o vitiligo?

O vitiligo é uma doença crônica que afeta os melanócitos, células presentes na pele com a função de produzir a melanina, substância que dá cor à pele e a protege do sol. 

Podendo acometer todas as raças e idades — em geral, começa por volta dos 20 anos —, a doença está presente em 0,5 a 2% da população mundial. No Brasil, a prevalência estimada é de 0,54%.

Como ocorre o vitiligo?

A cor da pele é determinada pela atividade dos melanócitos e pela quantidade de melanina que eles produzem. Pessoas de pele mais escura produzem naturalmente mais melanina, enquanto quem possui pele clara produz uma quantidade menor

Devido a certas condições patológicas, os melanócitos podem parar de produzir melanina, causando o surgimento de manchas de cor mais clara do que a pele ao seu redor. No vitiligo, os melanócitos são destruídos ou deixam de funcionar corretamente, resultando na perda da pigmentação em certas áreas da pele. 

Quais os sintomas do vitiligo?

Como mencionado, o vitiligo não costuma afetar a saúde física do paciente, portanto, a sintomatologia da doença se resume ao surgimento das manchas. Em alguns casos mais raros, podem ser relatadas dor e perda da sensibilidade na região afetada.

Sua principal característica clínica são as manchas brancas que podem variar em tamanho e forma e, na maioria das vezes, são mais visíveis em pessoas com pele mais escura. As manchas podem ocorrer em qualquer parte do corpo, incluindo rosto, mãos, braços, pernas e até mesmo em áreas menos comuns, como couro cabeludo, boca e genitais.

Com o avanço da doença, essas manchas podem se espalhar e crescer, afetando outras partes do corpo. A evolução do quadro clínico pode acontecer rapidamente e depois permanece estável por anos. Em outros casos, ocorre de forma lenta durante um longo período (vários anos).

O vitiligo pode ser clinicamente classificado em duas formas, conforme descreveremos a seguir.

Vitiligo segmentar ou unilateral

Esse tipo se manifesta em apenas um lado do corpo, podendo atingir também pelos e cabelos. É uma forma menos comum da doença e costuma afetar pacientes ainda jovens.

Vitiligo não segmentar ou bilateral

É a forma mais comum da doença e se caracteriza pela manifestação de manchas nos dois lados do corpo, inicialmente nas extremidades (nas duas mãos, nos dois pés, e assim por diante). 

Nesse tipo de vitiligo, é comum a ocorrência de ciclos de perda de cor à medida que a doença avança. Intercalando esses ciclos, há períodos de estagnação, sendo que a duração dos ciclos e o tamanho das áreas afetadas tendem a se tornar maiores com o tempo.

Quais as causas do vitiligo?

As causas exatas envolvidas na falha na produção de melanina ainda não são totalmente conhecidas. Acredita-se que alguns fatores podem contribuir para esse processo, principalmente em relação a distúrbios no sistema imunológico (doenças autoimunes). Nesse caso, a reação imunológica exacerbada acaba atacando os melanócitos, causando sua destruição.

A genética também parece exercer certa influência, com indivíduos que possuem histórico familiar com maior chance de desenvolvimento da condição. Traumas, queimaduras solares graves e exposição a determinados agentes químicos também constituem fatores de risco.

O vitiligo pode ter origem emocional?

Não existem evidências científicas sólidas que comprovem que o vitiligo seja causado unicamente por fatores emocionais. O vitiligo é considerado uma doença multifatorial, ou seja, sua origem envolve a interação de diversos fatores, incluindo genéticos, autoimunes e ambientais.

Por outro lado, o estresse emocional pode influenciar o sistema imunológico e desencadear ou agravar certas doenças de origem autoimune, como o vitiligo. Dessa forma, episódios e períodos de estresse emocional podem servir de gatilho em pacientes que já possuem predisposição.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico do vitiligo é feito por um médico dermatologista, baseando-se na avaliação clínica das manchas e nos históricos familiar e do paciente. Cabe ao dermatologista determinar o tipo de vitiligo, verificar se há alguma doença autoimune associada e indicar a conduta terapêutica mais adequada.

Na consulta, o médico irá examinar o paciente em busca de manchas brancas características do vitiligo. Durante o procedimento, poderá ser utilizada uma lâmpada de Wood, uma luz ultravioleta especial que auxilia na identificação de áreas de despigmentação, especialmente em pessoas de pele clara.

Em alguns casos específicos, pode ser recomendada a realização de biópsia da pele para análise e confirmação da ausência de melanócitos na região afetada. Esse tipo de exame auxilia também a descartar outras doenças que possam estar causando os sintomas. Como parte do protocolo de investigação imunológica, análises sanguíneas poderão ser solicitadas para investigar a presença de outras doenças autoimunes. 

Vitiligo tem cura?

Atualmente, não existe cura para o vitiligo, mas existem boas opções de tratamento para cessar o aumento das lesões (estabilização do quadro) e promover a repigmentação da pele. Para orientação no tratamento, é recomendado definir se a doença está instável ou estável. O vitiligo é considerado estável quando é observada a ausência de novas lesões ou o não aumento das lesões antigas, em um período estimado de 12 meses.   

Existem medicamentos que induzem à repigmentação das regiões afetadas, como o tacrolimus e os corticosteroides tópicos, medicamentos que atuam suprimindo a resposta imunológica local.

A terapia por luz ultravioleta é uma opção indicada para quase todos os tipos de vitiligo. Esses tratamentos envolvem a exposição controlada da pele às diferentes formas de radiação ultravioleta para estimular a produção de melanina. A mais utilizada é a fototerapia com radiação ultravioleta B banda estreita (UVB-nb), a qual apresenta resultados excelentes em manchas da face e do tronco.

Outras opções terapêuticas incluem tecnologias como o laser, técnicas cirúrgicas ou ainda o transplante de melanócitos. Vale salientar que o tratamento do vitiligo é individual, pois os resultados podem variar de pessoa para pessoa. Somente o dermatologista saberá indicar a melhor opção terapêutica conforme as características clínicas apresentadas pelo paciente.

Cuidados após o diagnóstico do vitiligo

Além desses tratamentos, é importante que as pessoas com vitiligo adotem medidas de proteção solar, uma vez que a pele afetada é mais sensível ao sol. Isso inclui usar protetor solar de amplo espectro, roupas de proteção, bem como evitar a exposição excessiva ao sol.

O impacto emocional do vitiligo é significativo, considerando que as manchas podem afetar a autoestima e a qualidade de vida do paciente. Por isso, recomenda-se que as pessoas diagnosticadas procurem apoio psicológico para lidar com os desafios associados à doença. O tratamento deve envolver uma abordagem multidisciplinar, incluindo o cuidado da saúde mental em conjunto com o tratamento dermatológico.

O vitiligo é apenas uma característica física, e a autoaceitação e o conhecimento sobre a condição são fundamentais para diminuir o seu estigma. Sendo assim, que tal contribuir para que mais pessoas se informem? Compartilhe este conteúdo em suas redes sociais!

Referências:

Ahmed jan N, Masood S. Vitiligo. [Updated 2023 Feb 16]. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2023 Jan-. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK559149/

Fiocruz. Vitiligo traz alterações estéticas, mas não é transmissível nem causa limitações à saúde. Disponível em:: https://portal.fiocruz.br/noticia/vitiligo-traz-alteracoes-esteticas-mas-nao-e-transmissivel-nem-causa-limitacoes-saude Acesso em: 25/05/2023.

Mayo Clinic. Vitiligo. Disponível em: https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/vitiligo/symptoms-causes/syc-20355912 Acesso em: 25/05/2023

Picardo, M., Dell’Anna, M., Ezzedine, K. et al. Vitiligo. Nat Rev Dis Primers 1, 15011 (2015). https://doi.org/10.1038/nrdp.2015.11

SBD. Vitiligo. Disponível em: https://www.sbd.org.br/doencas/vitiligo/ Acesso em: 25/05/2023

Consenso sobre o tratamento do vitiligo – Sociedade Brasileiro de Dermatologia – Anais Brasileiro de Dermatologia. 95(Supl S1), 70-82, 2020.

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Aterosclerose: entenda o que é e quais os impactos na sua saúde https://blog-staging.cloudsabin.com/saude/o-que-e-a-aterosclerose/ https://blog-staging.cloudsabin.com/saude/o-que-e-a-aterosclerose/#respond Fri, 28 Jul 2023 11:00:00 +0000 https://blog.sabin.com.br/?p=3039 Em geral, as artérias saudáveis ​​são flexíveis e elásticas. Entretanto, ao longo do tempo, algumas pessoas podem apresentar acúmulo de placas de gordura no revestimento interno desses vasos, levando ao espessamento e endurecimento das paredes das artérias, o que caracteriza a aterosclerose. O espessamento das artérias pode reduzir ou bloquear totalmente o fluxo sanguíneo e […]

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Em geral, as artérias saudáveis ​​são flexíveis e elásticas. Entretanto, ao longo do tempo, algumas pessoas podem apresentar acúmulo de placas de gordura no revestimento interno desses vasos, levando ao espessamento e endurecimento das paredes das artérias, o que caracteriza a aterosclerose.

O espessamento das artérias pode reduzir ou bloquear totalmente o fluxo sanguíneo e o suprimento de oxigênio para determinados tecidos e órgãos vitais. A placa depositada pode, ainda, se romper, gerando a formação de um trombo e o bloqueio do fluxo sanguíneo para órgãos como o cérebro e o coração.

A aterosclerose está altamente associada a doenças cardiovasculares, uma das principais causas de morte no mundo. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 18 milhões de vidas são perdidas por ano em razão de doenças cardiovasculares, o que reforça a importância da prevenção dos fatores de risco, como a aterosclerose.

Felizmente, essa é uma doença que pode ser tratada e prevenida por meio da manutenção de hábitos de vida saudáveis. O diagnóstico e tratamento precoces também são essenciais para impedir o agravamento da condição e evitar um ataque cardíaco, um derrame ou outra emergência médica. Neste conteúdo, você vai entender melhor sobre os fatores de risco, sintomas, diagnóstico e formas de prevenção.

O que é a aterosclerose?

A aterosclerose é uma doença inflamatória crônica, de origem multifatorial, que ocorre em resposta à agressão endotelial (parede dos vasos), acometendo principalmente a camada íntima de artérias de médio e de grande calibre. A principal característica da aterosclerose é a deposição de placas de gordura, cálcio e outros elementos (conhecidos como ateroma) nas artérias do coração e de outras partes do corpo.

A formação dessas placas inicia quando há uma agressão ao endotélio (parede) da artéria. Essa agressão pode ocorrer por diversos fatores de risco, tais como hipertensão, tabagismo, sedentarismo, sobrepeso/obesidade, diabetes, dislipidemia (aumento dos níveis de colesterol e triglicerídeos no sangue) e fatores psicossociais (depressão, ansiedade, intolerância, raiva).

Em consequência, ocorre o aumento da permeabilidade do endotélio a lipoproteínas (principalmente LDL), o que faz com que elas fiquem retidas nas paredes dos vasos, provocando uma resposta imunológica e o desenvolvimento de uma inflamação.

Com o passar do tempo, o acúmulo das placas gera estreitamento e endurecimento das artérias, podendo levar à obstrução completa do vaso sanguíneo e restrição do fluxo sanguíneo na região afetada. As complicações decorrentes da aterosclerose causam diversas doenças cardiovasculares, como infarto, acidentes vasculares cerebrais e insuficiência cardíaca.

O colesterol é o vilão da aterosclerose?

O colesterol é uma molécula presente em praticamente todos os tecidos, inclusive no sistema nervoso, onde faz parte da composição das células. Também é um importante precursor de ácidos biliares, da vitamina D e de hormônios. Dessa forma, o colesterol não pode ser considerado, totalmente, um vilão, já que é essencial para o funcionamento do organismo.

O grande problema é o consumo excessivo de alimentos com gorduras saturadas. Esse tipo de gordura eleva o nível de colesterol sanguíneo, o que pode desencadear o desenvolvimento da aterosclerose.

O colesterol é transportado no sangue basicamente por meio de duas lipoproteínas: o HDL e o LDL. O HDL exerce a função importante de retirar o colesterol que está em excesso nos vasos sanguíneos e tecidos e transportá-lo para o fígado, onde será processado e eliminado. Por essa atuação benéfica, o HDL é conhecido popularmente como o “colesterol bom”.

Já o LDL faz o inverso, transportando o colesterol recém absorvido para locais de produção de hormônios e para as membranas celulares. O grande problema é quando há um excesso de colesterol no sangue, o que também aumenta muito os níveis de LDL. As grandes quantidades de LDL depositadas nas artérias estão diretamente relacionadas ao desenvolvimento da aterosclerose e doenças cardiovasculares. Por isso, o LDL ganhou fama inversa ao HDL, sendo conhecido como o “colesterol ruim”.

Quais os fatores de risco da aterosclerose? 

Como mencionado, a aterosclerose é uma doença multifatorial na qual alguns fatores de risco aumentam as chances do seu desenvolvimento:

  • sedentarismo;
  • pressão alta;
  • diabetes tipo 2;
  • dislipidemia;
  • doenças autoimunes inflamatórias;
  • tabagismo;
  • obesidade. 

Fatores genéticos também podem estar envolvidos no surgimento da doença, como a hipercolesterolemia familiar. Na hipercolesterolemia familiar, indivíduos de uma mesma família possuem alterações genéticas que levam a uma metabolização deficiente do colesterol, gerando seu acúmulo e, consequentemente, o aumento dos níveis de LDL.

Por fim, a alimentação desbalanceada, com o consumo excessivo de gorduras saturadas presentes em alimentos de origem animal — carnes, derivados do leite, além de produtos ultraprocessados —, aumenta muito as concentrações de colesterol e LDL no sangue, colaborando de forma importante para o quadro de aterosclerose.

Quais os principais sintomas?

Nos estágios iniciais da doença, normalmente a aterosclerose não apresenta sintomas ou sinais, e por isso é considerada uma doença perigosa devido a sua evolução silenciosa. Em alguns casos, a aterosclerose é identificada apenas quando o paciente sofre um evento cardíaco, como um infarto do miocárdio ou um derrame.

Quando há a presença de sintomas, eles vão depender principalmente da localização da artéria acometida. Se houver o entupimento de artérias do coração (coronárias), os sintomas clássicos são dor no peito ou dor torácica (peso, aperto, queimação ou pontadas), falta de ar e sudorese.

Como é feito o diagnóstico da aterosclerose?

O diagnóstico da aterosclerose ocorre, em muitos casos, em uma emergência médica, em situações envolvendo derrame ou infarto. Portanto, a realização de exames periódicos é essencial para realizar o rastreamento e tratamento precoce dessa condição. 

Inicialmente, o médico cardiologista realiza a avaliação clínica e histórica do paciente e da família. O profissional médico irá solicitar exames de sangue como o hemograma completo e o perfil lipídico, para avaliar as concentrações de HDL, LDL, colesterol total e triglicerídeos.

A partir da identificação dos fatores de risco de cada paciente, o médico consegue determinar o risco ou a probabilidade de desenvolvimento da aterosclerose. Pacientes com alta probabilidade ou com sintomas compatíveis podem necessitar de avaliação por meio de exames mais específicos.

Dentre os exames adicionais utilizados, destacam-se o teste ergométrico, cintilografia do miocárdio, tomografia de coronárias ou cateterismo cardíaco. Para a aterosclerose que acomete as extremidades (artérias carótidas, artérias dos membros inferiores, aorta, artérias renais), pode-se lançar mão do doppler arterial, capaz de evidenciar o grau de entupimento (aterosclerose) no interior dos vasos investigados.

Existe tratamento para a aterosclerose?

O tratamento para a aterosclerose baseia-se no restabelecimento do fluxo sanguíneo da região afetada pelo ateroma. A depender de cada caso, procedimentos cirúrgicos, como a cirurgia de ponte de safena, poderão ser necessários para permitir a revascularização da região afetada. Procedimentos percutâneos, como a angioplastia (tratamento via cateterismo), podem ser utilizados para a desobstrução de artérias.

O tratamento medicamentoso também é uma opção que deve ser avaliada e prescrita por um profissional médico. Os mais comumente utilizados são as estatinas, cuja função é reduzir os níveis de colesterol no sangue, e os antiplaquetários, que impedem a formação de trombos ou coágulos nos vasos sanguíneos. 

Importante destacar os efeitos pleiotrópicos das estatinas, que, além de tratar os níveis de colesterol, também atuam: reduzindo a inflamação (característica da aterosclerose); estabilizando as placas de “entupimento” (ateroscleróticas); reduzindo o volume da placa aterosclerótica.

Contudo, o pilar essencial no tratamento da aterosclerose são as modificações no estilo de vida. Somente adotando hábitos de vida saudáveis, a pessoa consegue regredir o quadro e estabilizar a doença.

É possível prevenir a aterosclerose?

Sim, é possível. Assim como a maioria das doenças cardiovasculares e metabólicas, a melhor forma de prevenção é adotar um estilo de vida saudável.

Por isso, inclua em sua rotina diária a prática de exercícios físicos. A atividade física, quando executada da forma correta, com constância e orientada por um profissional da área, auxilia muito na prevenção de doenças cardiovasculares e metabólicas, bem como ajuda na manutenção da saúde mental.

Ter uma alimentação equilibrada também é fundamental. Invista no consumo de alimentos naturais ricos em fibras e com baixo teor de gorduras saturadas e de açúcares. Lembre-se, ainda, de reduzir a quantidade de sal (sódio) na cozinha e de fazer uso moderado de bebidas alcoólicas.

Além disso, atente-se para o controle diário dos fatores de risco da doença, como sobrepeso/obesidade, diabetes, hipertensão e tabagismo (em todas as suas prejudiciais variações, entre cigarros convencionais, cigarro eletrônico e narguilé), e realize o monitoramento dos níveis de colesterol no sangue.

Por fim, mantenha sempre seu check-up médico em dia, com consultas regulares e exames periódicos. Dessa maneira, o médico conseguirá detectar qualquer alteração precoce, principalmente em pacientes com comorbidades preexistentes.

Agora que você já sabe o que é a aterosclerose, sugerimos a leitura do conteúdo sobre os riscos do tabagismo para a sua saúde. Assim, você continua bem informado e cuidando do seu corpo e da sua mente.

Referências:

Faludi, A. A., Izar, M. C. D. O., Saraiva, J. F. K., Chacra, A. P. M., Bianco, H. T., Afiune, A., … & Salgado, W. (2017). Atualização da diretriz brasileira de dislipidemias e prevenção da aterosclerose–2017. Arquivos brasileiros de cardiologia, 109, 1-76.

Libby, P., Buring, J.E., Badimon, L. et al. Atherosclerosis. Nat Rev Dis Primers 5, 56 (2019). https://doi.org/10.1038/s41572-019-0106-z

Mayo Clinic. Atherosclerosis. Disponível em: https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/arteriosclerosis-atherosclerosis/symptoms-causes/syc-20350569 Acesso em: 12/07/2023

Ministério da Saúde. Aterosclerose. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-brasil/glossario/aterosclerose Acesso em: 12/07/2023

Rafieian-Kopaei M, Setorki M, Doudi M, Baradaran A, Nasri H. Atherosclerosis: process, indicators, risk factors and new hopes. Int J Prev Med. 2014 Aug;5(8):927-46WHO. Cardiovascular Diseases. Disponível em: https://www.who.int/health-topics/cardiovascular-diseases#tab=tab_1 Acesso em: 12/07/2023

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Glaucoma: conheça as suas causas e como é o tratamento https://blog-staging.cloudsabin.com/saude/saiba-o-que-e-o-glaucoma/ https://blog-staging.cloudsabin.com/saude/saiba-o-que-e-o-glaucoma/#respond Tue, 11 Jul 2023 13:29:06 +0000 https://blog.sabin.com.br/?p=3009 O glaucoma é uma doença que acomete o nervo óptico e é causada pelo aumento da pressão intraocular. Sem o tratamento adequado, essa condição pode levar à cegueira permanente. É uma doença silenciosa, que não apresenta sintomas em estágios iniciais, comprometendo primeiramente a visão periférica e, em fases mais avançadas, levando à perda visual. Por […]

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O glaucoma é uma doença que acomete o nervo óptico e é causada pelo aumento da pressão intraocular. Sem o tratamento adequado, essa condição pode levar à cegueira permanente.

É uma doença silenciosa, que não apresenta sintomas em estágios iniciais, comprometendo primeiramente a visão periférica e, em fases mais avançadas, levando à perda visual. Por isso, o diagnóstico e o tratamento logo no início da doença são essenciais para controlar as lesões no nervo óptico.

Estima-se que 64,3 milhões de pessoas entre 40 e 80 anos vivem com glaucoma no mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o glaucoma é a segunda maior causa de cegueira, ficando atrás apenas da catarata. No Brasil, a condição atinge mais de 900 mil pessoas. 

Não há uma cura disponível para o glaucoma, sendo o diagnóstico precoce a melhor forma de prevenção. Portanto, é essencial manter as consultas oftalmológicas de rotina em dia, para que o médico consiga identificar a doença em estágios iniciais e iniciar o tratamento rapidamente.

Neste conteúdo, você encontrará informações essenciais sobre o que é o glaucoma, quais suas causas e sintomas, como é feito o diagnóstico e os tratamentos disponíveis.

O que é o glaucoma?

O glaucoma é uma doença ocular causada pela elevação da pressão interna dos olhos, o que pode gerar lesões e o comprometimento do nervo óptico, estrutura responsável por levar as informações do que enxergamos para o cérebro.

Dentro do olho, existe uma cavidade preenchida com um líquido claro e viscoso, chamado humor aquoso, o qual exerce inúmeras funções relacionadas à proteção, manutenção da pressão, refração da luz e nutrição do globo ocular.

O humor aquoso é constantemente produzido e drenado, de modo que seu volume mantém-se constante, com a pressão normal variando entre 8 e 21 mmHg.

Se houver algum distúrbio nessa dinâmica (excesso de produção do humor aquoso ou deficiência na sua drenagem), pode ocorrer um aumento da pressão dentro do globo ocular. Quando está maior que 21 mmHg, começa a haver risco de lesão do nervo óptico.

Quais os tipos de glaucoma?

Existem três tipos principais de glaucoma: glaucoma de ângulo aberto, glaucoma de ângulo fechado e glaucoma congênito.

O glaucoma de ângulo aberto é a variação mais comum, manifestando-se geralmente após os 40 a 50 anos. Nesse tipo de glaucoma, as fibras do nervo óptico são lesionadas lenta e progressivamente, pois a capacidade de drenagem do humor aquoso pelos canais entre as câmaras oculares é baixa. 

No glaucoma de ângulo fechado, os canais de drenagem ficam completamente obstruídos, podendo ocorrer de forma crônica ou súbita. Quando ocorre de forma súbita, caracteriza-se como crise de glaucoma, com o aumento repentino da pressão intraocular e a possibilidade de culminar em cegueira irreversível em poucas horas.

Já o glaucoma congênito afeta bebês e crianças pequenas e é resultado de um erro na formação do sistema de drenagem do olho, causando o aumento da pressão intraocular logo após o nascimento ou nos primeiros meses de vida. Os sinais característicos são um olho grande e sem brilho, lacrimejamento e grande sensibilidade à luz, fazendo com que a criança feche os olhos em ambientes com maior luminosidade.

Quais as causas do glaucoma?

As causas exatas do glaucoma ainda não estão completamente esclarecidas, porém, a mais bem caracterizada é devido à obstrução dos canais de drenagem do humor aquoso. Quanto maior a pressão, maior o dano ao nervo óptico e ao campo visual.

Pessoas com pressão intraocular mais elevada apresentam risco aumentado para o desenvolvimento da doença, especialmente se o indivíduo for portador de certos componentes genéticos que conferem maior predisposição.

Qualquer pessoa pode ter glaucoma, inclusive crianças, mas existem grupos mais suscetíveis, como a etnia africana (para o glaucoma de ângulo aberto) ou asiática (para o glaucoma de ângulo fechado), usuários crônicos de corticoides, adultos acima de 40 anos, diabéticos, hipertensos, pessoas com doenças cardiovasculares, com histórico familiar de glaucoma e pessoas com alto grau de miopia.

Pacientes com histórico familiar de glaucoma devem sempre relatar em consultas médicas, para que o profissional leve em consideração na hora de prescrever certos medicamentos.

É extremamente importante também que toda pessoa pertencente ao grupo de risco realize o acompanhamento médico oftalmológico. Não há como prevenir o glaucoma, por isso, manter consultas periódicas com o oftalmologista é imprescindível para que o diagnóstico e o tratamento precoce sejam realizados.

Quais os sintomas do glaucoma?

Como já mencionado, o glaucoma é uma doença assintomática, silenciosa e de evolução lenta. Ao longo do tempo, alguns sintomas podem ser notados, como:

  • diminuição da percepção de contrastes;
  • dificuldade e lentidão para ler;
  • alteração na adaptação claro-escuro;
  • redução da visão periférica;
  • visão turva.

A cegueira causada pelo glaucoma costuma ocorrer de modo lento e de fora para dentro, ou seja, acomete primeiro o campo de visão periférico e progressivamente vai se tornando mais central. O glaucoma de ângulo aberto apresenta um quadro clínico insidioso, sem causar sintomas até fases avançadas da doença.

Em casos de aumento súbito da pressão intraocular (glaucoma de ângulo fechado, geralmente com pressão maior do que 40 mmHg), a pessoa pode sentir dor intensa nos olhos e ao redor, acompanhada de vermelhidão ocular, visão embaçada e com halos ao redor das luzes, dificuldade aumentada para enxergar no escuro, dilatação pupilar, náusea e vômitos.

Como é feito o diagnóstico do glaucoma?

O diagnóstico é realizado pelo oftalmologista por meio de uma série de exames. A pressão intraocular é medida pelo exame de tonometria de aplanação. A avaliação da amplitude do ângulo que a íris faz com a córnea é feita para diagnosticar se o glaucoma é de ângulo aberto ou fechado. O exame de fundo de olho também é realizado para analisar o nervo óptico e a retina, em busca de alguma lesão.  

O exame de campo visual é feito para quantificar a área espacial percebida pelos olhos do paciente. Com isso, é possível identificar, inclusive como método preventivo, quando um paciente começa a perder visão periférica em decorrência de um glaucoma.

Qual o tratamento indicado para o glaucoma?

O glaucoma é uma doença crônica e sem cura existente até o momento. A única forma de impedir sua progressão consiste em reduzir os níveis de pressão intraocular. Esse resultado pode ser obtido através da administração de colírios específicos, laserterapia e cirurgias.

Os colírios utilizados contêm medicações específicas que auxiliam no controle da pressão intraocular. Eles devem ser aplicados de maneira correta, todos os dias, ao longo da vida do paciente.

O tratamento com laser, em especial a trabeculoplastia seletiva a laser, é um procedimento que pode reduzir a pressão intraocular por algum tempo e com raras complicações.

A cirurgia é sempre a última escolha como tratamento, uma vez que há riscos envolvidos. É indicada quando a visão já está bastante prejudicada, sendo necessário intervir nas células danificadas ou desobstruir os canais de drenagem do humor aquoso. As técnicas tradicionais e mais bem conhecidas são a trabeculectomia e o implante de tubo de drenagem. 

É importante ressaltar que o paciente com glaucoma necessita manter acompanhamento periódico para avaliar a estabilidade da pressão ocular e progressão do quadro clínico. A melhor forma de prevenção é manter as visitas ao oftalmologista atualizadas, para que a doença seja detectada nos estágios iniciais e não haja progressão para lesões mais graves.

Agora que você já sabe o que é o glaucoma, indicamos a leitura do conteúdo sobre como envelhecer com saúde, para que continue cuidando do seu bem-estar físico e mental.

Referências:

Mayo Clinic. Glaucoma. Disponível em: https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/glaucoma/symptoms-causes/syc-20372839

NIH. Glaucoma. Disponível em: https://www.nei.nih.gov/learn-about-eye-health/eye-conditions-and-diseases/glaucoma Acesso em: 08/06/2023

Schuster AK, Erb C, Hoffmann EM, Dietlein T, Pfeiffer N. The Diagnosis and Treatment of Glaucoma. Dtsch Arztebl Int. 2020 Mar 27;117(13):225-234. doi: 10.3238/arztebl.2020.0225

Weinreb RN, Aung T, Medeiros FA. The pathophysiology and treatment of glaucoma: a review. JAMA. 2014 May 14;311(18):1901-11. doi: 10.1001/jama.2014.3192Weinreb, R., Leung, C., Crowston, J. et al. Primary open-angle glaucoma. Nat Rev Dis Primers 2, 16067 (2016). https://doi.org/10.1038/nrdp.2016.67

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Entenda o que é alergia alimentar e como é feito o diagnóstico https://blog-staging.cloudsabin.com/saude/como-identificar-uma-alergia-alimentar/ https://blog-staging.cloudsabin.com/saude/como-identificar-uma-alergia-alimentar/#respond Fri, 07 Jul 2023 17:17:15 +0000 https://blog.sabin.com.br/?p=3004 A alergia alimentar é uma reação do sistema imunológico a um determinado alimento que envolve apresentações clínicas variáveis, com a possibilidade de desenvolver sintomas na pele e nos sistemas gastrointestinal e respiratório. As reações podem ser leves, como simples coceira nos lábios, até reações graves que podem comprometer órgãos e até mesmo levar à morte. […]

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A alergia alimentar é uma reação do sistema imunológico a um determinado alimento que envolve apresentações clínicas variáveis, com a possibilidade de desenvolver sintomas na pele e nos sistemas gastrointestinal e respiratório. As reações podem ser leves, como simples coceira nos lábios, até reações graves que podem comprometer órgãos e até mesmo levar à morte.

A prevalência da alergia alimentar aumentou significativamente nas últimas décadas. Atualmente, é reconhecida como um importante problema de saúde pública mundial, afetando cerca de 8% das crianças menores de 5 anos e, em média, 4% dos adultos.

O caso da jovem goiana de 25 anos que sofreu um quadro alérgico grave após inalar pimenta em conserva, em fevereiro de 2023, gerou grande repercussão nas mídias digitais e televisivas, destacando a importância de alertar e conscientizar a população sobre o potencial risco das alergias alimentares.

Neste conteúdo, você entenderá o que é a alergia alimentar, suas causas, sintomas, como obter o diagnóstico e como é possível gerenciar essa condição de forma segura e eficaz. 

O que é alergia alimentar?

A alergia alimentar, conhecida também como hipersensibilidade alimentar, é uma resposta anormal e indesejável do sistema imunológico promovida pela ingestão, inalação ou contato com determinados alimentos.

Quase qualquer alimento ou aditivo alimentar pode causar uma reação alérgica, a depender do sistema imunológico de cada indivíduo, que poderá ou não reconhecer essas substâncias como nocivas para o organismo.

Os alimentos mais comumente relacionados incluem leite, soja, ovo e trigo em crianças mais jovens, e oleaginosas (amendoim, por exemplo) e frutos do mar em crianças mais velhas e adultos. Juntos, esses alimentos são responsáveis por cerca de 90% dos casos de alergia alimentar.

Em relação aos corantes alimentares, a incidência de alergia é mais rara. Os corantes mais relacionados com as reações alérgicas são a Tartrazina (E102), o Carmin (E120) e o Red 40 (ou Allura Red).

Intolerância à lactose é uma alergia alimentar?

É comum que as pessoas confundam intolerância alimentar com alergia alimentar, sendo que, na verdade, são eventos distintos. Ao contrário das alergias, a intolerância alimentar não é uma reação causada pelo sistema imunológico, mas sim por deficiências ou carências de enzimas produzidas pelo corpo, as quais são essenciais para a correta digestão de alguns alimentos. Esse é o caso da intolerância à lactose. 

A intolerância à lactose é uma desordem metabólica cuja ausência da enzima lactase no intestino leva à incapacidade de digestão da lactose (ou o açúcar do leite), o que pode resultar em sintomas intestinais como náuseas, gases e diarreia. 

Por outro lado, a alergia à proteína do leite de vaca resulta do conjunto de reações imunológicas exacerbadas contra proteínas do leite, em especial a caseína. Essa alergia se manifesta principalmente em crianças menores de três anos, e os principais sintomas incluem urticária, náuseas, diarreias, vômitos, inflamação intestinal, redução no ganho de peso, refluxo, sangue e muco nas fezes, assaduras e, em alguns casos, dispneias e até mesmo choque anafilático.

É muito importante ressaltar a diferença entre essas duas condições, pois a orientação para o consumo de leite e derivados é distinta. Na intolerância à lactose, eventualmente, é possível ingerir pequenas quantidades de leite e produtos apenas isentos de lactose, de acordo com o grau de intolerância. Existem, inclusive, suplementos que contêm a enzima e que podem ser ingeridos antes do consumo ou inseridos no preparo dos alimentos à base de leite.

Já no quadro de alergia à proteína do leite de vaca, leite e derivados devem ser excluídos da dieta, incluindo também os traços e a contaminação cruzada com pequenas quantidades do alimento.

Quais os sintomas da alergia alimentar?

As reações alérgicas alimentares se manifestam de forma bastante variada, geralmente com sintomas leves e reações que envolvem a pele e os sistemas gastrointestinal e respiratório. Os sintomas mais comuns são:

  • urticárias e dermatites, com coceiras e inchaço local;
  • erupções cutâneas;
  • diarreia;
  • dor abdominal;
  • vômito;
  • obstrução nasal;
  • tosse;
  • espirros ou nariz escorrendo.

Em alguns casos, a urticária pode evoluir para o angioedema, inchaço que ocorre em áreas mais extensas sob a pele. Esse inchaço é causado pelo extravasamento de líquido dos vasos sanguíneos. Dependendo da região do corpo afetada, o angioedema pode ser grave, especialmente quando ocorre na garganta ou nas vias aéreas.

O início dos sintomas após o contato com o alimento pode ser imediato (menos de duas horas), intermediário (de duas a 24 horas) ou tardio (mais de 24 horas), sendo que a maioria das reações ocorre dentro de duas horas após a ingestão.

Algumas pessoas também podem apresentar manifestações que ocorrem imediatamente após contato do alimento com a mucosa oral, em um fenômeno conhecido como síndrome da alergia oral. Em um número menor de casos, a alergia alimentar pode desencadear também uma reação alérgica grave chamada anafilaxia. A seguir, explicaremos em maiores detalhes essas duas reações alérgicas.

Síndrome da alergia oral

A síndrome da alergia oral é uma manifestação alérgica que ocorre devido ao reconhecimento cruzado pelo sistema imunológico, que identifica as proteínas de uma substância (como o pólen das flores) como sendo semelhantes a outras proteínas derivadas de alimentos. 

Quando a pessoa entra em contato com essas substâncias parecidas, o sistema imune as reconhece como “nocivas”, respondendo de forma exacerbada contra elas. A síndrome da alergia oral normalmente ocorre em pessoas alérgicas ao pólen que entram em contato com certos tipos de alimento, como frutas, legumes, verduras, nozes e grãos.

Os sintomas desse tipo de reação incluem coceira e inchaço nos lábios, palato e garganta. Em alguns casos mais graves, pode causar o edema de glote, um inchaço repentino na garganta que impede a passagem de ar para os pulmões.

O que é a reação anafilática?

A reação anafilática é uma reação alérgica súbita e potencialmente fatal, se não houver intervenção imediata. Nesse tipo de reação, o consumo do alimento alergênico provoca rapidamente a liberação exacerbada de mediadores bioquímicos, que levam a um quadro grave de resposta sistêmica associada às seguintes manifestações: coceira generalizada, inchaços, tosse, rouquidão, diarreia, dor na barriga, vômitos, aperto no peito com queda da pressão arterial, arritmias cardíacas e queda brusca da pressão arterial.

As vias aéreas podem se contrair e o tecido de revestimento da garganta e das vias aéreas podem inchar, dificultando ou impedindo a respiração. É imprescindível ressaltar que o tratamento rápido e de emergência é crítico em casos de anafilaxia. Se não for tratada, essa condição pode causar coma, complicações graves, acometimento de vários órgãos ou levar a óbito.

Quais as causas e fatores de risco da alergia alimentar?

A alergia alimentar pode ser desencadeada por anticorpos do tipo IgE (conhecido como hipersensibilidade imediata), normalmente resultando em reações alérgicas agudas. Mas pode ser causada também por células de defesa chamadas linfócitos T (hipersensibilidade tardia), que, em geral, resultam em sintomas gastrointestinais crônicos.

As reações alérgicas aos alimentos envolvendo anticorpos IgE são as mais comuns e mais bem caracterizadas. Os anticorpos IgE têm a capacidade de se ligar a receptores específicos em células de defesa, como os mastócitos e os basófilos.

Pessoas com alergia alimentar apresentam anticorpos IgE que reconhecem as proteínas dos alimentos como “estranhas” e, ao se ligarem aos receptores nos mastócitos e basófilos, causam a liberação de mediadores como a histamina, prostaglandinas e leucotrienos. São essas substâncias que causam os sintomas característicos dos quadros de alergia.

O Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar inclui, ainda, um terceiro grupo de alergias mistas. Nesse grupo, incluem-se reações alérgicas mediadas por anticorpos IgE associados à hipersensibilidade de linfócitos T e de citocinas pró-inflamatórias, como a esofagite eosinofílica, a gastrite eosinofílica, a gastrenterite eosinofílica, a dermatite atópica e a asma.

Os fatores de risco para o desenvolvimento da alergia alimentar ainda não estão completamente elucidados, porém, a predisposição genética associada a fatores ambientais pode influenciar. 

As atuais evidências sugerem que a herança genética, especialmente nas alergias mediadas por anticorpos IgE, é um fator preponderante. O risco de alergia alimentar pode aumentar em 40% se um membro da família apresentar qualquer doença alérgica, e em 80% se dois familiares próximos apresentarem a mesma condição.

Uma série de outros fatores de risco também têm sido associados à alergia alimentar, tais como o sexo masculino, outras doenças alérgicas (dermatite atópica e asma), desmame precoce, insuficiência de vitamina D, obesidade, época e via de exposição aos potenciais alérgenos alimentares, entre outros.

Como é feito o diagnóstico da alergia alimentar?

O diagnóstico da alergia alimentar deve ser realizado pelo médico alergista/imunologista, considerando a história clínica do paciente. A investigação do histórico familiar em relação a alergias, conforme mencionado anteriormente, também é fundamental.

Deve-se investigar quais os alimentos consumidos pelo paciente, o intervalo entre a ingestão e o surgimento dos sintomas, quais os sinais relatados, se eles aparecem sempre que o alimento suspeito é ingerido ou se há melhora após a suspensão do mesmo.

Exames adicionais são necessários para confirmar o diagnóstico, como o teste cutâneo (Prick Test), que consiste em um método diagnóstico de alergia seguro e indolor. Nesse tipo de exame, é realizada a punctura, ou seja, pequenos furinhos na pele feitos com lancetas específicas para tal fim. Em seguida, é colocado no local um extrato da substância alergênica a ser testada, para que a mesma entre em contato com a região subcutânea da pele. Após 15 minutos, é possível observar uma reação cutânea ou não no paciente, semelhante a uma picada de mosquito. Em geral, o Prick Test é indicado para diagnosticar alergias imediatas.

Poderá ser solicitada também a dosagem sanguínea do anticorpo IgE (total e específico) para o antígeno suspeito. A partir da amostra de sangue coletada do paciente, é possível verificar se o IgE apresenta sensibilidade a um determinado alérgeno. Se a ligação entre eles ocorrer, a pessoa apresenta alergia àquela substância. Esse exame se faz necessário quando o teste cutâneo não é indicado, em casos em que o paciente apresenta sintomas mais graves e possível reação anafilática ao determinado alimento.

Qual o tratamento para a alergia alimentar?

Até o momento, não há um tratamento específico que promova a cura da alergia alimentar. Os medicamentos disponíveis, como os anti-histamínicos e os corticoides, são eficazes apenas no manejo e controle dos sintomas. A forma mais eficaz de tratamento é realizar a exclusão total do alimento alérgeno da dieta do paciente. 

Em casos de reação alérgica grave, como na anafilaxia, o tratamento deve ser feito rapidamente com adrenalina autoinjetável por via intramuscular (região anterolateral da coxa). A adrenalina é um medicamento capaz de tratar todos os sintomas associados à anafilaxia, além de poder prevenir o agravamento dos sintomas e salvar vidas. Entretanto, vale destacar que, para fazer uso do medicamento, é necessário seguir as recomendações e o plano de ação indicado pelo médico especialista.

É de extrema importância também realizar o acompanhamento com o médico alergista/imunologista após o diagnóstico da condição, uma vez que ele fornecerá as orientações necessárias ao paciente e familiares para evitar novos contatos com o alimento desencadeante. Lembrando que é essencial que essas orientações sejam fornecidas por escrito, e que o alimento excluído da dieta do paciente seja substituído por equivalentes para evitar possíveis deficiências nutricionais. Por esse motivo, o acompanhamento com um nutricionista pode ser igualmente recomendado.

O paciente ou o familiar responsável deve estar sempre atento aos alimentos industrializados, verificando atentamente os rótulos para identificar a presença ou a contaminação cruzada com a substância alérgena.

Agora que você já sabe como identificar alergias alimentares, indicamos a leitura do conteúdo sobre os tipos de alergias mais comuns para que você compreenda ainda mais sobre essa condição.

Referências:

ASBAI. Alergia alimentar. Disponível em: https://asbai.org.br/alergia-alimentar-4/ Acesso em: 08/06/2023

ASBAI. Edema de glote e anafilaxia: qual a diferença? Disponível em: https://asbai.org.br/edema-de-glote-e-anafilaxia-qual-a-diferenca/ Acesso em: 16/06/2023

Iweala OI, Choudhary SK, Commins SP. Food Allergy. Curr Gastroenterol Rep. 2018 Apr 5;20(5):17. doi: 10.1007/s11894-018-0624-y.

Mayo Clinic. Food Allergy. Disponível em: https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/food-allergy/symptoms-causes/syc-20355095 Acesso em: 08/06/2023

Renz, H., Allen, K., Sicherer, S. et al. Food allergy. Nat Rev Dis Primers 4, 17098 (2018). https://doi.org/10.1038/nrdp.2017.98

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Solé, D., Silva, L. R., Cocco, R. R., Ferreira, C. T., Sarni, R. O., Oliveira, L. C., … & Rubini, N. M. (2018). Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2018-Parte 2-Diagnóstico, tratamento e prevenção. Documento conjunto elaborado pela Sociedade Brasileira de Pediatria e Associação Brasileira de Alergia e Imunologia. Arquivos de Asma, Alergia e Imunologia, 2(1), 39-82.

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O exame de hemoglobina glicada é um método que permite o monitoramento do controle da glicose sanguínea e traz diversos avanços e melhorias em resultados laboratoriais. Além disso, é usado como uma forma de prevenir complicações que podem surgir em decorrência do alto índice glicêmico.

O processo de coleta costuma ser muito simples, e a análise de resultados depende do olhar experiente do profissional de saúde bem orientado em relação aos padrões de diagnóstico. É muito importante fazer um acompanhamento por meio desse exame para evitar que a elevação da taxa de glicemia ocasione complicações de diferentes níveis de gravidade.

Quer saber mais sobre o assunto? Então, leia mais sobre o exame de hemoglobina glicada e os diferentes tipos de diabetes.

O que é o exame de hemoglobina glicada?

A hemoglobina é uma proteína que se encontra no plasma do organismo humano e das hemácias. Ela tem como função transportar o oxigênio pelo sistema circulatório e, quando tal substância se conecta com a glicose, passa a se chamar hemoglobina glicada (HbA1c).

Normalmente, o exame de hemoglobina glicada é solicitado por um médico que precisa avaliar os níveis de açúcar presentes no sangue do paciente.

Qual o objetivo do exame?

O exame de hemoglobina glicada costuma ser um dos exames mais recomendados na investigação do diabetes, pela possibilidade de ser realizado sem necessitar que o paciente esteja em jejum. Além disso, serve para controlar o diabetes já existente e para diagnosticar o pré-diabetes.

Como esse exame faz a medição do nível médio de glicose durante dois ou três meses, funciona como uma boa opção para saber se os níveis de glicose estão controlados. Trata-se de um teste de rastreamento da doença em uma espécie de check-up que gerencia o diabetes.

Entenda o pré-diabetes

O diabetes é uma doença crônica provocada pela elevação dos níveis de glicose, em razão da dificuldade que o organismo apresenta em seu processamento. Por conta disso, o volume de glicose no sangue é chamado de glicemia, e seu excesso acarreta a hiperglicemia, ou seja, o diabetes.

Isso pode ocorrer tanto pela deficiência na produção de insulina quanto pela ineficiência do hormônio. Algumas vezes, também há a possibilidade de serem os dois fatores em conjunto. Assim, ao ser secretada pelo pâncreas, a insulina tem a finalidade de reduzir a glicemia, fazendo com que o açúcar no sangue seja absorvido pelas células e, mais tarde, utilizado na forma de energia.

No momento em que a insulina é produzida em pequena quantidade ou simplesmente não atua de maneira efetiva, o sangue fica com glicose em excesso, e isso resulta no desenvolvimento do diabetes. Já o pré-diabetes acontece quando há alteração no metabolismo dos hidratos de carbono. Como consequência, os índices de glicose na corrente sanguínea ficam muito elevados, mas ainda não a ponto de serem considerados diabetes. O pré-diabetes é tido como uma fase entre os níveis saudáveis e o diabetes tipo 2. Na prática, significa uma advertência do organismo quanto ao risco alto de ter diabetes e aumentar a possibilidade de problemas cardíacos.

Quais as diferenças para o teste de glicemia convencional?

Em relação ao exame de medição de glicose, a principal diferença no exame de hemoglobina glicada é que a hemácia tem uma vida de aproximadamente 60 a 90 dias no sangue, o que possibilita mostrar a concentração média de glicose durante esse período. Já o exame de glicose apresenta qual o nível de glicose no organismo somente durante o momento da coleta.

Vale ressaltar que, quanto maior for a quantidade de glicose na corrente sanguínea, maior será a ligação da glicose com a hemoglobina e, a partir disso, com a hemoglobina glicada.

Outro ponto de diferença entre eles é que o teste de glicemia é pedido pela maioria dos médicos para pessoas saudáveis em jejum de até 12 horas, e de oito horas para diabéticos já diagnosticados.

Qualquer um dos dois exames pode ser aplicado na hora de identificar o diabetes ou a condição de pré-diabetes, mas é comum que os profissionais de saúde optem por solicitar os dois aos pacientes.

O quadro de pré-diabetes é reversível. Entretanto, caso não seja diagnosticado e tratado, pode evoluir para o diabetes crônico, que exige tratamentos específicos e controle frequente.

Quando o exame de hemoglobina glicada deve ser realizado?

Para os pacientes com casos estáveis de diabetes, com a glicemia controlada, a indicação é realizar o exame a cada seis meses. Em situações em que o diabetes não está controlado, o exame deve ser feito de três em três meses.

Existe uma série de fatores de risco que indicam a necessidade de efetuar o exame. Dentre os principais, estão:

  • hipertensão arterial;
  • histórico de familiares com diabetes;
  • obesidade (principalmente pessoas com gordura localizada em grande quantidade na cintura);
  • colesterol alto;
  • alterações na taxa de triglicerídeos.

São considerados pacientes de risco:

  • pessoas com doença renal;
  • mães que deram à luz bebês com peso superior a quatro quilos ou quadro de diabetes gestacional;
  • diagnóstico de apneia do sono;
  • mulheres com a síndrome de ovários policísticos;
  • pessoas que tomam medicamentos glicocorticoides.

Qual é a importância desse exame?

Muitas vezes, por puro desconhecimento sobre as consequências, as pessoas negligenciam o tratamento e o acompanhamento do diabetes. De acordo com uma publicação feita pela Federação Internacional de Diabetes (IDF), os números de diabéticos devem crescer em até 46% até 2045, em todo o mundo.

Além de permitir o diagnóstico após a avaliação dos resultados por um médico, o exame de hemoglobina glicada é de extrema importância por trazer um parâmetro da eficiência do tratamento empregado em cada caso.

Pacientes com diabetes que apresentam, no exame, altas variações nos níveis de glicose sanguínea podem ter valores normais de hemoglobina glicosilada. De modo geral, o valor ideal deve ser inferior a 7% para a maior parte dos pacientes com a doença. Alguns ajustes também podem ser feitos nos valores indicados para idosos e crianças com foco em evitar a hipoglicemia.

Acompanhar os níveis de hemoglobina glicada é uma ferramenta essencial não apenas na atuação do controle do diabetes, mas também na função de diminuir o risco de complicações.

Uma atuação em conjunto da dosagem de hemoglobina glicada e do monitoramento da glicose sanguínea possibilita os ajustes necessários no tratamento. Por isso, é fundamental que o médico faça a solicitação adequada de exames e adote as práticas mais indicadas para avaliar o paciente com diabetes.

Quais são os tipos de diabetes?

Existem entre 14 e 16 tipos de diabetes. Vamos ver detalhes dos parâmetros para identificar os mais comuns a seguir.

Diabetes tipo 1

Em termos técnicos, o parâmetro que se destaca para o diagnóstico do diabetes tipo 1 envolve identificar o quadro de hiperglicemia: se a taxa glicêmica está maior ou igual a 200 mg/dL e a hemoglobina glicada a partir de 6,5%.

Além disso, costuma ser bastante comum que o paciente apresente sintomas de cetoacidose, uma complicação do diabetes que faz o corpo produzir ácidos sanguíneos em excesso. Podemos citar, como exemplo de sintomas, poliúria (excesso de urina), polidipsia (excesso de sede) e polifagia (aumento da fome).

Outro exame tido como primordial no processo de diagnóstico é o peptídeo C, que avalia a função secretora das células pancreáticas.

Diabetes tipo 2

Já no caso do diabetes tipo 2, o indicador de diagnóstico é a hiperglicemia assintomática. Acontece quando o paciente que fez a glicemia em jejum está com taxa de glicose a partir de 126 mg/dL, com sobrecarga de 200 mg/dL ou mais, bem como a hemoglobina glicada igual ou maior que 6,5%. É necessário que os dois exames estejam alterados.

Em muitos casos, a pessoa com diabetes tipo 2 costuma ser assintomática. O motivo é que a poliúria (excesso de urina e um dos principais sintomas de diabetes) ocorre apenas quando a glicemia está em valores acima de 180 mg/dL. Esse “silêncio” de sintomas é um dos principais fatores responsáveis por diagnósticos tardios e em situações avançadas.

É válido ressaltar que pacientes com diabetes podem permanecer entre 5 e 10 anos convivendo com a doença sem saber do diagnóstico.

Avaliação dos exames

Depois que o paciente retorna com o exame de hemoglobina glicada, o médico verifica qual a metodologia usada e se foi feito por um laboratório certificado pela National Glycohemoglobin Standardization Program (NGSP). Contar com esse tipo de certificação é indispensável para que seja possível atestar a garantia de padronização dos parâmetros, a fim de melhorar a rastreabilidade da doença em todos os estágios.

Outra questão que deve ser levada em consideração é que acompanhar a dosagem de hemoglobina glicada é importante para monitorar possíveis complicações microvasculares que surgem em decorrência do diabetes. Dessa forma, ter níveis de precisão exigentes é primordial. Caso surja alguma dúvida em relação à classificação da doença, o exame de peptídeo C deve ser realizado.

O exame de hemoglobina glicada não exige preparo e não possui nenhuma contraindicação. Em geral, o tempo de coleta costuma ser curto, com duração entre cinco e dez minutos, conforme as situações específicas de cada paciente.

É essencial escolher bem o laboratório onde o exame será efetuado, para que o atendimento seja personalizado e os resultados de extrema confiança na avaliação médica.Você apresenta algum fator de risco de diabetes e precisa fazer a coleta do exame? Então, entre em contato agora mesmo com o Sabin.

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Febre maculosa: entenda o que é e quais os sintomas da doença https://blog-staging.cloudsabin.com/saude/quais-os-sintomas-da-febre-maculosa/ https://blog-staging.cloudsabin.com/saude/quais-os-sintomas-da-febre-maculosa/#respond Tue, 27 Jun 2023 13:10:14 +0000 http://blog.cloudsabin.com//?p=2973 A febre maculosa é uma doença infecciosa causada por bactérias do gênero Rickettsia, caracterizada por febre alta e de início repentino. Sua transmissão ocorre por meio da picada do carrapato-estrela, sendo conhecida popularmente como a “doença do carrapato”. Dados epidemiológicos fornecidos pelo Ministério da Saúde (MS) indicam que, no ano de 2022, foram confirmados cerca […]

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A febre maculosa é uma doença infecciosa causada por bactérias do gênero Rickettsia, caracterizada por febre alta e de início repentino. Sua transmissão ocorre por meio da picada do carrapato-estrela, sendo conhecida popularmente como a “doença do carrapato”.

Dados epidemiológicos fornecidos pelo Ministério da Saúde (MS) indicam que, no ano de 2022, foram confirmados cerca de 250 novos casos no Brasil, com mais de 50 óbitos decorrentes da doença. No primeiro semestre de 2023, a febre maculosa ganhou destaque em mídias televisivas e digitais devido ao crescente número de casos — incluindo óbitos —, especialmente no estado de São Paulo, gerando preocupação na população e autoridades de saúde.

A febre maculosa pode variar quanto à gravidade do quadro clínico, apresentando formas leves e atípicas, até quadros graves com elevada taxa de letalidade, sobretudo se não forem tratados com rapidez.

Portanto, é imprescindível conscientizar a população acerca dos riscos da doença e estratégias de prevenção, que incluem evitar áreas com risco de infestação e procurar assistência médica na presença de sintomas e suspeita de contato com o carrapato transmissor.

Neste conteúdo, você encontrará informações fundamentais para sanar as suas dúvidas sobre o que é a doença, formas de transmissão, principais sintomas, diagnóstico, tratamento e como se prevenir.

O que é a febre maculosa?

A febre maculosa é uma zoonose (doença transmitida entre animais e humanos) causada pela bactéria Rickettsia rickettsii, a bactéria responsável pela forma grave da doença.

Outra espécie de Rickettsia também está associada à doença, a Rickettsia parkeri, encontrada em regiões de mata atlântica no sul do país, mas que produz uma versão mais branda da infecção.

É uma doença caracterizada por febre alta e súbita, com evolução rápida, que se traduz no surgimento de manchas avermelhadas e irritações na pele, principalmente nas mãos e nos pés. Nos casos graves, se não houver tratamento em tempo hábil, a doença pode evoluir e gerar complicações de saúde, como danos no fígado, nos rins e em outros órgãos do corpo, podendo levar à morte.

Como é a transmissão da doença?

O principal agente transmissor da febre maculosa para humanos são os carrapatos do gênero Amblyomma, conhecidos como “carrapatos-estrela” (Amblyomma sculptum). A transmissão ocorre após a exposição de longa duração ao carrapato infectado (parasitismo prolongado). Ou seja, é necessário que o aracnídeo se alimente do sangue da pessoa por tempo igual ou superior a quatro horas (em média) para que a bactéria infecte o novo hospedeiro.

O carrapato-estrela possui diversos estágios no seu ciclo de vida e todos eles podem transmitir a febre maculosa. No entanto, é importante destacar que nem todos os carrapatos estão contaminados, sendo necessário que o mesmo se alimente do sangue de um animal infectado para se contaminar, ou ainda por outras formas de transmissão vertical e transestadial, nas quais os carrapatos já nascem infectados. Na natureza, isso representa algo em torno de 1% da população total de carrapatos.

Como todos os estágios do carrapato-estrela transmitem a febre maculosa, aqueles ainda em fase larval (micuins) são bastante preocupantes pelo seu tamanho pequeno e de difícil visualização, o que facilita o parasitismo prolongado e maior chance de infecção.

Quais são os hospedeiros do carrapato-estrela?

Na natureza, o carrapato-estrela pode parasitar animais de grande porte, como cavalos, bois e particularmente capivaras. As capivaras são consideradas amplificadoras da doença, por serem reservatórios da bactéria e por apresentarem alta capacidade de infectar os carrapatos. Cães também podem ser parasitados em áreas de infestação, mas não são considerados hospedeiros preferenciais do carrapato-estrela.

Os locais de maior risco de infestação incluem parques, praças, fazendas, pastos, matas e vegetação nas margens dos rios, córregos e lagoas. Todos os locais onde houver circulação de animais hospedeiros são potenciais áreas de risco para a proliferação do carrapato-estrela.

Como as capivaras habitam regiões que possuem curso de rios e lagoas (esses animais dependem de água para viver), o carrapato costuma se proliferar com mais intensidade na vegetação das margens.

No ambiente, o parasita habita locais com acúmulo de vegetação e folhas, especialmente em áreas protegidas do sol, e não infesta o interior de domicílios ou edificações. Ao contrário do carrapato do cão, o estrela não se prolifera em ambientes de solo exposto (terra batida) ou caminhos pavimentados.

Quais os sintomas da febre maculosa?

Os sintomas da febre maculosa surgem após um período de incubação, intervalo entre o contato com a bactéria e a manifestação dos primeiros sintomas, que pode ser de dois a 14 dias. Por esse motivo, para fins diagnósticos, é importante considerar a exposição ocorrida nos últimos 15 dias antes do início da sintomatologia.

Os sintomas iniciais incluem:

  • febre alta repentina;
  • dor de cabeça intensa;
  • náuseas e vômitos;
  • diarreia e dor abdominal;
  • dor muscular.

Perceba que os sintomas são genéricos e podem ser confundidos com outras doenças, como a dengue e a gripe, o que dificulta a detecção e o tratamento precoce da febre maculosa. A evolução da doença pode acontecer rapidamente (três a cinco dias), com o surgimento de manchas vermelhas nos pulsos e tornozelos, que podem se espalhar em direção às palmas das mãos e solas dos pés.

Na forma grave da febre maculosa, se não houver tratamento, após o sexto dia, pode surgir inchaço de membros inferiores, com evolução subsequente do quadro clínico para danos hepáticos e hepatoesplenomegalia (aumento do fígado e baço), insuficiência renal, edema pulmonar, convulsões e morte. 

Como é o diagnóstico da febre maculosa?

O diagnóstico precoce da febre maculosa é desafiador pela falta de especificidade dos sintomas. Na presença de sinais que possam ser suspeitos, o médico irá investigar o histórico do paciente em relação à circulação em áreas de possível infestação. Para isso, deve ser considerado, como mencionado, os últimos 15 dias, por conta do período de incubação da doença.

Exames complementares deverão ser solicitados para a confirmação do diagnóstico, como a reação de imunofluorescência indireta, que detecta no sangue a presença de anticorpos contra a bactéria.

Poderão ser utilizadas técnicas de diagnóstico molecular (PCR) em amostras sanguíneas ou de tecido (biópsia) para a detecção de material genético da bactéria. Por fim, o isolamento da bactéria em cultura também é uma opção e pode ser feito a partir de amostras de sangue, tecidos ou do próprio carrapato retirado do indivíduo.

Outros exames menos específicos podem ajudar o médico a averiguar o estado de saúde do paciente, como o hemograma, onde pode-se observar alterações na contagem de plaquetas (diminuição) e presença de anemia, por exemplo.

Existe tratamento para a doença?

Sim, existe e deve ser iniciado rapidamente, mesmo que haja somente a suspeita, sem os resultados dos exames complementares. Quanto mais cedo a terapia for iniciada, maiores as chances de cura e prevenção de desfechos clínicos graves e óbito.

O tratamento se baseia no uso de antibióticos específicos (como a doxiciclina e cloranfenicol) para a eliminação da bactéria. A depender da gravidade do quadro clínico, poderá ser necessária a internação hospitalar do paciente.

Em geral, a terapia medicamentosa é realizada por um período de sete dias, ficando sob critério médico. É importantíssimo também que a medicação seja mantida por, pelo menos, três dias após o fim dos sintomas.

Estive em área de infestação por carrapato-estrela, como proceder?

Se você circulou por áreas de risco ou conhecidas pela infestação do carrapato-estrela, é imprescindível realizar um exame corporal minucioso durante e logo após a exposição.

Caso o parasita seja encontrado no corpo, deverá ser retirado imediatamente para evitar a exposição prolongada (aumenta a chance de contaminação). A forma correta de retirar o carrapato é com o auxílio de uma pinça, removendo-o cuidadosamente sem esmagá-lo.

Após esse procedimento, procure imediatamente auxílio médico para investigação do caso e orientações referentes ao início do tratamento (se for o caso). Se o carrapato não for encontrado, mas há a presença de febre alta de início súbito, procure atendimento. Não espere a evolução dos sintomas para procurar ajuda, pois quanto mais tardia for a suspeita, menor a efetividade dos medicamentos no tratamento da doença.

Como se prevenir da febre maculosa?

Embora a febre maculosa seja uma doença grave e potencialmente fatal, é possível reduzir de forma significativa os riscos adotando algumas medidas de prevenção. A principal estratégia é evitar as áreas de infestação e a exposição ao carrapato. Procure não transitar em regiões com vegetação alta ou praticar atividades de lazer em áreas com maior risco.

Caso o faça (por motivo de trabalho, por exemplo), utilize sempre roupas de manga longa (calças e camisetas) de cor clara, para facilitar a visualização do parasita. Use também calçados fechados e, de preferência, de cano alto para a proteção dos pés.

Agora que você já sabe o que é a febre maculosa e como preveni-la, indicamos a leitura do conteúdo sobre como se organizar para viajar em família, para que você realize passeios em segurança com as pessoas que você mais ama.

Referências:

Governo do Estado de São Paulo. Febre Maculosa: saiba mais sobre as principais medidas de combate e prevenção Disponível em: https://www.saopaulo.sp.gov.br/spnoticias/febre-maculosa-saiba-mais-sobre-as-principais-medidas-de-combate-e-prevencao/ Acesso em: 20/06/2023

Jay R, Armstrong PA. Clinical characteristics of Rocky Mountain spotted fever in the United States: A literature review. J Vector Borne Dis. 2020 Apr-Jun;57(2):114-120. doi: 10.4103/0972-9062.310863

Ministério da Saúde. Febre Maculosa. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/f/febre-maculosa Acesso em: 20/06/2023.

Ministério da Saúde. Situação epidemiológica da Febre Maculosa. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/f/febre-maculosa/situacao-epidemiologica/situacao-epidemiologica-da-febre-maculosa-brasil-2007-2023/view Acesso em: 20/06/2023

Snowden J, Simonsen KA. Rocky Mountain Spotted Fever (Rickettsia rickettsii) [Updated 2022 Jul 18]. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2023 Jan-. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK430881/

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Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA): causas, sintomas e tratamento https://blog-staging.cloudsabin.com/saude/ntenda-o-que-e-a-esclerose-lateral-amiotrofica/ https://blog-staging.cloudsabin.com/saude/ntenda-o-que-e-a-esclerose-lateral-amiotrofica/#respond Tue, 20 Jun 2023 11:00:00 +0000 http://blog.cloudsabin.com//?p=2953 A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) é uma doença neurodegenerativa progressiva rara que afeta as células nervosas responsáveis pelo controle dos músculos.  A ELA é uma condição de saúde grave que pode levar à paralisia motora irreversível, afetando a capacidade de movimento voluntário e, em estágios avançados, funções vitais como a respiração. Os sintomas podem variar […]

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A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) é uma doença neurodegenerativa progressiva rara que afeta as células nervosas responsáveis pelo controle dos músculos. 

A ELA é uma condição de saúde grave que pode levar à paralisia motora irreversível, afetando a capacidade de movimento voluntário e, em estágios avançados, funções vitais como a respiração. Os sintomas podem variar de pessoa para pessoa, sendo a fraqueza muscular um dos primeiros sinais perceptíveis.

A incidência anual da ELA é heterogênea, sendo de aproximadamente dois casos a cada 100 mil pessoas no mundo. No Brasil, segundo a Associação Brasileira de Esclerose Lateral Amiotrófica (ABrELA), ainda não existem dados epidemiológicos concretos sobre a doença e, atualmente, pesquisas estão em andamento para estimar a incidência anual e prevalência da doença.

Em geral, a ELA se manifesta em pessoas com idade entre 55 e 70 anos. Ainda não existe uma cura para a doença, apenas tratamento de suporte. Por esse motivo, diversos estudos vêm sendo realizados, visando aprofundar o conhecimento acerca dos gatilhos que levam ao surgimento da ELA e, consequentemente, gerar o desenvolvimento de terapias mais eficazes.

Neste conteúdo, você encontrará informações muito importantes sobre o que é a doença, seus principais sintomas, quais as causas, formas de diagnóstico e como é o tratamento da ELA.

O que é a Esclerose Lateral Amiotrófica?

A ELA é uma doença degenerativa e progressiva do sistema nervoso, caracterizada pela perda gradual dos neurônios que fazem a conexão entre o córtex motor, a medula espinhal e o sistema muscular.

Esses neurônios são responsáveis por transmitir impulsos elétricos do cérebro e da medula espinhal para os músculos, permitindo o controle dos movimentos voluntários, como caminhar, falar e mastigar.

Os neurônios motores são divididos em duas categorias principais: neurônios motores superiores e neurônios motores inferiores. Os neurônios motores superiores enviam sinais do cérebro para a medula espinhal, enquanto os neurônios motores inferiores transmitem esses sinais da medula espinhal para os músculos, desencadeando a contração e o movimento muscular.

Quando uma pessoa decide mover um músculo, os neurônios motores superiores enviam um sinal elétrico pela medula espinhal até os neurônios motores inferiores. Eles, por sua vez, liberam substâncias químicas chamadas neurotransmissores, que estimulam os músculos a se contraírem para executar o movimento desejado.

Na ELA, os neurônios motores superiores e inferiores começam a degenerar progressivamente, interferindo na comunicação eficaz entre o cérebro, a medula espinhal e o sistema muscular. Em decorrência disso, há um prejuízo importante da função motora, com perda da força e atrofia dos músculos e consequente comprometimento dos movimentos.

Devido à sua natureza progressiva, com o passar do tempo, a doença prejudica a atividade de músculos específicos e essenciais para a manutenção da vida, como aqueles relacionados ao controle respiratório.

Quais os sintomas da Esclerose Lateral Amiotrófica?

Os sintomas variam de acordo com cada caso clínico. Normalmente, a doença inicia-se com o surgimento de fraqueza muscular, que piora com o tempo, principalmente nas mãos, pés, braços ou pernas. Quadros iniciais focais podem ser de difícil diagnóstico, podendo prejudicar ou impossibilitar o diagnóstico precoce da doença. Os principais sintomas podem incluir:

  • dificuldade para caminhar ou fazer atividades do cotidiano;
  • tropeços e quedas frequentes;
  • fraqueza nas mãos e dificuldade para realizar movimentos manuais;
  • fala arrastada;
  • dificuldade para engolir;
  • cãibras e espasmos associados à fraqueza muscular.

Com a evolução do quadro clínico, os sintomas tendem a se espalhar para mais músculos do corpo e são caracterizados por rigidez muscular, perda da coordenação motora e aumento dos reflexos.

Em fases avançadas, a pessoa perde totalmente os movimentos voluntários, podendo acometer também os músculos respiratórios. As complicações respiratórias são uma das principais causas de morte em pacientes diagnosticados com ELA.

Apesar de afetar a execução dos movimentos, é importante explicar que a ELA não costuma alterar o funcionamento cardíaco, de vasos sanguíneos, da bexiga ou do trato gastrointestinal. O tato, a audição, o paladar e o olfato também não são impactados, assim como a função sexual, embora o paciente perca o interesse com o passar do tempo.

A parte intelectual do paciente também mantém-se inalterada na maioria dos casos, apesar das dificuldades na fala. A expectativa de vida para o paciente com ELA é de dois a cinco anos após o diagnóstico. No entanto, há casos de pacientes que sobrevivem por mais tempo, como o notório físico Stephen Hawking, considerado um caso excepcional por viver mais de 50 anos com a doença.

Quais as principais causas da ELA?

Na maioria dos casos, a causa exata da degeneração é desconhecida, mas pesquisas indicam que fatores genéticos e ambientais podem desempenhar um papel importante.

Estima-se que até 10% dos casos envolvam predisposição genética (mutações em determinados genes) de origem familiar. A idade é outro fator de risco, principalmente em indivíduos acima dos 60 anos (faixa etária mais afetada), bem como o hábito de fumar.

Outras evidências apontam que a exposição a agentes tóxicos, como o chumbo, também podem aumentar as chances de desenvolvimento da doença. Por fim, estudos de correlação demonstram que atletas profissionais, como jogadores de futebol, possuem uma maior incidência de ELA e especula-se que o intenso treinamento muscular pode ser um dos gatilhos para a doença.

Quais exames são utilizados para o diagnóstico?

O diagnóstico da ELA é clínico, ou seja, baseado na avaliação dos sintomas, histórico de saúde do paciente e exames físicos, além de exames complementares. Inicialmente, o médico realizará um exame físico minucioso para verificar a presença de fraqueza muscular, reflexos anormais e outros sinais que sugerem uma disfunção neuromuscular.

Exames complementares poderão ser solicitados para chegar ao diagnóstico final, como exames de imagem (ressonância magnética ou tomografia computadorizada). Esses exames ajudam a descartar outras causas possíveis para os sintomas, como tumores cerebrais ou lesões na medula espinhal.

A eletromiografia e a eletroneuromiografia são exames que avaliam a atividade elétrica e a resposta dos músculos às estimulações nervosas. Esses testes podem ajudar a identificar o comprometimento dos neurônios motores e a distinguir entre uma disfunção neuromuscular primária e outras condições semelhantes.

Existem, ainda, modernos testes genéticos baseados na técnica de Sequenciamento de Nova Geração (NGS), que são capazes de detectar alterações em genes relacionados à Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). Esses painéis genéticos auxiliam na confirmação diagnóstica em pacientes com quadro clínico sugestivo, particularmente se houver suspeita de origem familiar.

É importante ressaltar que o diagnóstico da ELA pode levar algum tempo, pois outras condições devem ser descartadas antes da confirmação da doença. Portanto, é fundamental que o paciente procure assistência médica especializada assim que notar quaisquer sinais ou sintomas sugestivos da doença, de forma persistente ou recorrente.

Qual o tratamento indicado?

Infelizmente, não existe uma cura para ELA. Os atuais tratamentos medicamentosos têm a finalidade de retardar a progressão da doença, aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente. O tratamento é realizado por meio de uma abordagem multidisciplinar, envolvendo diversos profissionais de saúde especializados, como neurologistas, pneumologistas, nutricionistas e fisioterapeutas.

Dentro da modalidade de tratamento não medicamentoso, medidas como orientação nutricional, suporte ventilatório não invasivo, treinamento muscular inspiratório e atividade física estão associadas à maior sobrevida e melhora na qualidade de vida dos pacientes com ELA. Medicamentos podem ser indicados para controlar sintomas específicos, como a espasticidade muscular e a salivação excessiva, além de gerenciar a insônia e a depressão provocadas pela doença.

A fisioterapia e a terapia ocupacional desempenham um papel crucial no tratamento da doença. Os fisioterapeutas trabalham no fortalecimento muscular, no alongamento e no treinamento de movimentos específicos, para manter a função muscular e prevenir rigidez e atrofia. A terapia ocupacional tem o objetivo de adaptar as atividades diárias às habilidades do paciente, auxiliando na independência e no desempenho das tarefas cotidianas.

A manutenção do peso corporal adequado é um aspecto importante no tratamento da ELA, uma vez que a perda de peso e a desnutrição são comuns devido às dificuldades na mastigação e deglutição. Um nutricionista pode ser consultado para desenvolver um plano alimentar individualizado, garantindo a ingestão adequada de nutrientes e calorias. Em alguns casos, a alimentação pode ser complementada com o uso de sondas para garantir a nutrição adequada.

A ELA pode causar impactos emocionais significativos, tanto para o paciente quanto para seus familiares e cuidadores. O suporte psicológico, por meio de psicólogos e psicoterapeutas, pode ajudar a lidar com as emoções, a adaptação às mudanças e a manter uma qualidade de vida satisfatória.

Não existem estratégias preventivas para a ELA, sendo o diagnóstico precoce a melhor ferramenta para garantir a sobrevida do paciente. Agora que você já sabe o que é a Esclerose Lateral Amiotrófica, sugerimos a leitura do conteúdo sobre a importância da investigação de doenças raras, para que você continue sempre bem informado sobre a sua saúde.

Referências:

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Ministério da Saúde. Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/e/ela Acesso em: 25/05/2023

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Granulomatose de Wegener: conheça os principais sintomas da doença https://blog-staging.cloudsabin.com/saude/o-que-e-a-granulomatose-de-wegener/ https://blog-staging.cloudsabin.com/saude/o-que-e-a-granulomatose-de-wegener/#respond Fri, 16 Jun 2023 11:00:00 +0000 http://blog.cloudsabin.com//?p=2949 A granulomatose de Wegener é uma doença que ganhou destaque recentemente em mídias televisivas e digitais, gerando interesse e dúvidas na população. Trata-se de uma doença autoimune rara que afeta tipicamente os vasos sanguíneos dos sistemas respiratório e renal, acometendo principalmente os seios da face, pulmões e rins. Estima-se que a granulomatose de Wegener atinja […]

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A granulomatose de Wegener é uma doença que ganhou destaque recentemente em mídias televisivas e digitais, gerando interesse e dúvidas na população.

Trata-se de uma doença autoimune rara que afeta tipicamente os vasos sanguíneos dos sistemas respiratório e renal, acometendo principalmente os seios da face, pulmões e rins. Estima-se que a granulomatose de Wegener atinja cerca de três a cada 100 mil pessoas, com incidência semelhante entre homens e mulheres. É uma doença que pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais comum entre 40 e 70 anos e raramente afeta crianças.

A principal característica clínica da granulomatose de Wegener é a presença de inflamação e destruição de vasos sanguíneos, comprometendo o aporte sanguíneo a órgãos e tecidos. Os primeiros sintomas apresentados costumam ser leves e inespecíficos, envolvendo geralmente as vias aéreas superiores.

Embora seja uma doença rara, é grave e potencialmente fatal se não for tratada corretamente, podendo levar à insuficiência renal, insuficiência respiratória e outras complicações. Por isso, é importante procurar auxílio médico em caso de sintomas persistentes para uma avaliação mais específica.

Neste conteúdo, traremos informações essenciais sobre a granulomatose de Wegener para sanar as suas principais dúvidas.

O que é a granulomatose de Wegener?

A granulomatose de Wegener é uma doença de origem autoimune enquadrada no grupo das vasculites (inflamação nos vasos sanguíneos), que pode afetar vasos sanguíneos de pequeno e médio calibre de diversas partes do corpo. Os alvos mais comuns são os vasos dos seios da face, dos rins e dos pulmões.

É uma doença descrita, pela primeira vez, na década de 30, pelo médico alemão Friedrich Wegener (origem do nome da doença) e, desde então, tem sido objeto de estudos e pesquisas. Atualmente, sua denominação foi alterada para granulomatose com poliangiite, para refletir com mais precisão os sintomas que a acompanham.

O termo “autoimune” refere-se à produção inapropriada de anticorpos pelo sistema imunológico, que acabam atacando o próprio organismo (autoanticorpos), ou, no caso da granulomatose, os vasos sanguíneos. As causas que levam a essa desregulação do sistema imune são desconhecidas e não existem evidências científicas de que a doença possua origem hereditária.

Como consequência, a inflamação gerada pela resposta autoimune prejudica o fluxo sanguíneo e o aporte adequado de oxigênio para as células. Isso causa uma lesão tecidual inflamatória chamada granuloma (em forma de grãos), a qual pode ser observada microscopicamente por meio de biópsia. Com o avanço do quadro, os granulomas destroem os vasos e impedem o aporte de sangue para os órgãos, causando necrose dos tecidos afetados.

Quais os principais sintomas da granulomatose de Wegener?

Os sintomas variam de acordo com o paciente e a gravidade do quadro clínico. Conforme mencionado, os primeiros sinais costumam ser leves e inespecíficos, incluindo cansaço, perda do apetite, febre baixa, entre outros. Com a progressão da doença, surgem sintomas mais específicos, inicialmente nas vias do trato respiratório (nariz, seios da face e pulmões). Os principais sintomas são:

  • rinite;
  • sinusite;
  • congestão nasal com crostas no interior e ao redor do nariz;
  • hemorragias nasais frequentes;
  • falta de ar e tosse, que pode produzir catarro com presença de sangue;
  • rouquidão.

A progressão da doença pode ser rápida, com piora da sinusite e sem resposta a tratamentos convencionais. Deformidades e ulcerações na cavidade nasal também podem se desenvolver, com afundamento da pirâmide nasal.

Acometimento pulmonar

Uma parcela dos pacientes pode apresentar apenas sintomas pulmonares brandos, entretanto, boa parte dos casos evolui para formas mais graves.

A lesão vascular e a formação de granulomas no tecido dos pulmões leva a um quadro grave de hemorragia pulmonar, expectoração de sangue, tosse e falta de ar, podendo ser potencialmente fatal se não for tratada de forma rápida e efetiva.

Acometimento renal

Além das vias respiratórias, outro órgão bastante afetado pelo avanço da granulomatose de Wegener são os rins, gerando um quadro de glomerulonefrite necrosante.

A presença de insuficiência renal aguda é o principal achado clínico que caracteriza o quadro de glomerulonefrite, acompanhada de elevação aguda dos níveis de creatinina plasmática, hipertensão arterial e presença de sangue na urina. Com o tempo, a inflamação dos vasos renais destrói o tecido renal, levando à perda funcional dos rins e à necessidade de hemodiálise em quadros mais graves.

De forma menos recorrente, quando comparado aos pulmões e rins, a doença pode atingir também outros órgãos e tecidos, como a pele (formação de bolhas, erupções, úlceras e hemorragias), articulações, lesões neurológicas, otite e olhos.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da doença é realizado considerando os achados clínicos e exames laboratoriais. O principal exame utilizado para diagnóstico é a detecção do anticorpo anticitoplasma de neutrófilo (ou ANCA) no sangue, um autoanticorpo característico da granulomatose de Wegener. Estima-se que, em até 90% dos casos, o ANCA esteja presente no plasma sanguíneo dos pacientes.

Para a confirmação do diagnóstico, são solicitadas também biópsias do tecido afetado para a identificação microscópica das lesões características (granulomas).

Existem casos em que a doença acomete simultaneamente os rins e os pulmões. Nesses quadros, a presença de expectoração com sangue associada à hematúria (sangue na urina) ou a elevação súbita da creatinina podem ser indicativos da doença e auxiliar no diagnóstico diferencial, em conjunto com as análises laboratoriais mencionadas anteriormente.

Existe tratamento para a granulomatose de Wegener?

Sim, existe. Normalmente, o tratamento é feito utilizando medicamentos glicocorticoides, imunossupressores e agentes imunobiológicos, em diversas combinações. O objetivo do tratamento é a obtenção da remissão da doença com a maior brevidade possível.

Em quadros graves, os principais medicamentos de escolha incluem a prednisona (glicocorticoide) em doses elevadas, combinada com a ciclofosfamida (agente quimioterápico), ou rituximabe (agente biológico), para redução rápida da inflamação nos vasos e controle da reação imunológica.

Após a melhora do paciente, outras opções terapêuticas são utilizadas, como o metotrexato, micofenolato de mofetila ou azatioprina, agentes imunossupressores com o objetivo de manter o paciente em remissão. A escolha da dosagem e combinação de quais medicamentos serão utilizados dependerá do critério médico e condição clínica do paciente, avaliando-se também os possíveis efeitos colaterais que o tratamento poderá desencadear.

O objetivo final da terapia é alcançar a remissão completa da doença, sem a presença de recaídas. Hoje, com o aparecimento de novos fármacos e novas propostas terapêuticas, é possível atingir a remissão da doença em uma proporção significativa de pacientes, diminuindo consequentemente a mortalidade e aumentando a expectativa de vida.

Apesar dos bons resultados terapêuticos, é importante destacar que não existe uma cura definitiva para a doença. Portanto, é fundamental buscar auxílio médico na presença dos sintomas sugestivos, além de manter suas consultas e exames de rotina sempre em dia. Detectar precocemente a granulomatose de Wegener é fundamental para o sucesso do tratamento e para evitar complicações graves.

Agora que você já sabe o que é a doença, sugerimos a leitura do conteúdo sobre o que são doenças autoimunes e como identificá-las, para que você se mantenha sempre informado sobre a sua saúde.

Referências:

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Wung, P., Stone, J. Therapeutics of Wegener’s granulomatosis. Nat Rev Rheumatol 2, 192–200 (2006). https://doi.org/10.1038/ncprheum0139

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